Anatel define ações de bloqueio a caixas TV box irregulares

A Anatel anunciou nesta quinta, dia 9, o plano de combate a decodificadores de TV do tipo TV box, IPTV e smart TV box que deem acesso ilegal a conteúdos protegidos por direito. Basicamente, a ação da Anatel será deflagrada a partir da análise da agência de denúncias sobre as infração. A partir da denúncia um grupo de trabalho valida a necessidade de bloqueio, e a partir daí a agência determinará o bloqueio nacional dos endereços de IP que estão sendo utilizados para a distribuição das chaves que permitem o funcionamento das caixas e acesso aos conteúdos. A agência já recebeu uma primeira denúncia e as primeiras determinações de bloqueio devem acontecer nos próximos dias.

A base legal que a Anatel encontrou para fundamentar o combate às TV boxes não homologadas é a seguinte:

– Uso de equipamento não-homologado na rede de telecom. Pela Lei Geral de Telecomunicações, pode ser vedada a conexão na rede de equipamentos desse tipo. A agência já faz isso com celulares clandestinos, e não é novidade, portanto.

– A segunda irregularidade é prestação clandestina de telecomunicações

– A agência também verificou o uso indevido do serviço de TV por assinatura, porque quem distribui, contratou um acesso ilegal.

-Outro ponto usado pela Anatel é o prejuízo à ordem econômica e competição, pois há prestação de serviços sem as obrigações regulamentares.

– E, por fim, há o risco à segurança cibernética, tanto as redes de dados dos usuários quanto as redes, que podem ser derrubadas com esses equipamentos. Esse é o argumento que dá à agência a segurança de que o bloqueio não está infringindo o Marco Civil da Internet.

A Anatel terá um grupo de servidores especializados no tema para compor o Grupo de Trabalho de averiguação das denúncias, e celebrou um convênio com a Associação Brasileira de TV por Assinatura para utilizar as informações do laboratório de acompanhamento das ações de distribuição irregulares de conteúdo em TV boxes.

Mas é importante notar que, nesse momento, a agência não vai determinar o bloqueio de sites e redes sociais, ou mesmo aplicativos, que façam a distribuição de conteúdos pirata. O foco é nos equipamentos não homologados, mas no futuro um convênio com a Ancine poderá permitir o bloqueio de conteúdos que estejam infringindo direitos autorais, explica o conselheiro Moisés Moreira, que lidera o trabalho na agência. "Nossa ideia é permitir um bloqueio rápido na camada da rede, para preservar a integridade da infraestrutura e evitar o uso indevido das redes de telecomunicações".

A agência constituiu um grupo em 2021 que analisou os equipamentos mais comuns comercializados no Brasil e constatou que eles estavam sendo utilizados como porta para roubo de informações dos usuários e também para ataques coordenados de negação (DDoS). Segundo o superintendente de fiscalização, foi isso que permitiu à agência agir na determinação do bloqueio dos IPs que alimentam as caixas com as chaves de funcionamento.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui