Em cobertura do Conclave, TV Globo aposta em jornalismo transparente

(Foto: Reprodução)

Em abril, a Globo foi anfitriã do International Academy Day, evento promovido pela Academia Internacional de Artes e Ciências da Televisão. Um dos painéis, mediado pela jornalista Renata Lo Prete, teve como tema central "Jornalismo e Democracia". A mesa, que teve como um dos participantes Ricardo Villela, diretor de Jornalismo da Globo, refletiu sobre como o jornalismo se transformou nos últimos anos e como ele é visto hoje – por quem faz e também pela sociedade. Para ele, a premissa não mudou: o jornalismo deve ser útil e ter um papel central na democracia.

No contexto de disseminação de fake news e ataques ao jornalismo em plataformas digitais e redes sociais, os veículos de comunicação que produzem jornalismo devem combater essa onda. Na ocasião, o diretor da Globo explicou como, nesse cenário, o jornalismo deve ser feito com mais transparência. "Não podemos esperar que as pessoas acreditem em nós porque elas acreditavam no passado. Temos tentado ser cada vez mais transparentes. É um esforço para fazer nosso trabalho ser mais entendível e transparente para o público", disse. Nesse objetivo, os noticiários da casa também atuam, dedicando-se a desmentir vídeos ou informações falsas que circulam na internet. "Isso comprova nossa credibilidade e educa as pessoas no jornalismo profissional", acredita Villela.

Nesta semana, foi possível conferir um exemplo dessa estratégia. Nesta quinta, 8, o mundo conheceu o novo papa: Robert Francis Prevost, o papa Leão XIV. A Globo fez cobertura de todo o processo do conclave até o anúncio do nome escolhido, com o âncora do "Jornal Nacional", William Bonner, ao vivo do Vaticano. A atenção que os jornalistas, não só Bonner, deram aos "bastidores" da notícia foi um destaque. Em um dos momentos, o apresentador relatou: "Quem acompanhou a transmissão da Globo à tarde, viu que nós apresentamos uma reportagem sobre o cardeal Robert Prevost logo depois do anúncio da eleição dele. E isso provocou alguma surpresa nas redes sociais. Muita gente perguntando como a Globo conseguiu ser tão rápida. Mas o que aconteceu mesmo foi que uma equipe de jornalistas passou duas semanas pesquisando as biografias de cardeais que poderiam ser eleitos, e Robert Prevost era um deles. No nosso planejamento para essa cobertura, a equipe produziu 37 perfis. E sabendo que só um seria publicado". Esse tipo de explicação não era tão comum nos noticiários.

Mais tarde, outra reportagem se dedicou a contar como jornalistas ao redor do mundo cobriram o anúncio do novo papa, revelando, por exemplo, que 6 mil profissionais, de 90 países, pediram credenciamento para cobrir o conclave no Vaticano – que é o menor país do mundo, onde não vivem nem mil pessoas. A matéria entrevistou jornalistas de diferentes territórios, como Filipinas, França, México, Camarões e Espanha, para acompanhar suas experiências de trabalho no local, as estratégias de cada equipe e o enfoque que cada uma escolheu. Mostrou ainda o espaço construído na Praça São Pedro, com três andares, com estúdios reservados por emissoras de TV do mundo, sendo 11 delas selecionadas. Estas possuem um ângulo para registrar os acontecimentos da Basílica. A Globo é uma delas.

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