Coprodução entre Brasil e França, "Ressaca" participa do Festival Internacional de Documentários de Munique

O documentário "Ressaca" ("Vertige de la Chute"), dirigido por Patrizia Landi e Vincent Rimbaux, está na competição principal do festival de documentários DOK.fest München, na Alemanha, e participa também da "Cinema at its Best", seleção especial que exibe nove títulos em noites de gala ao longo do evento. A obra é uma coprodução entre o Brasil e a França assinada pela Babel Doc, da França, e a Cafeína Produções, do Brasil. A estreia internacional do longa aconteceu na competição principal do FIPADOC, em Biarritz, na França, em janeiro deste ano.

O filme acompanha o corpo artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro no cenário do colapso do estado que resultou na suspensão e instabilidade dos salários entre os anos de 2016 e 2018. Ele retrata, por meio de uma câmera observacional e em preto e branco, a espera marcada pelos dias que se alongam sem boas notícias e ainda a resistência, uma vez que a despeito da ruína e da miséria, é preciso produzir e sobreviver. Na exibição principal do longa em Munique, a Primeira Bailarina do Theatro Municipal, Márcia Jaqueline, estará presente. Ela está licenciada para uma Companha de Ballet em Salzburg desde que a crise se intensificou, em 2017 – sua mudança de país e sua trajetória de trabalho são alguns dos conteúdos mostrados pela obra.

"Ao apontar a câmera para o drama humano – elemento abundante no filme – estamos denunciando os impactos da gestão criminosa que levou o Rio de Janeiro ao colapso. Na atual conjuntura, registrar o retrocesso é uma forma de resistir, de fazer oposição. Acredito que, nessas circunstâncias, o documentário ganhe legitimidade para cumprir essa função.", afirma, em entrevista exclusiva para TELA VIVA, Patrizia Landi, que assina a direção ao lado de Vincent Rimbaux.

Sobre a trajetória da obra até aqui, a diretora discorre: "Estamos indo bem na carreira de festivais, estreamos no FIPADOC, em janeiro, na competição principal, depois o filme esteve no FIGRA, na França, no Full Frame, nos Estados Unidos, e agora no Dok.fest em Munique. O público tem respondido de forma calorosa, as sessões têm lotado. As pessoas se emocionam bastante, querem debater, saber mais sobre os personagens e também sobre a situação do Brasil.". Por aqui, ainda não há data de estreia prevista, e nem confirmação de venda do longa para outros territórios ou janelas de exibição.

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