A rede norte-americana ABC já vendeu 12,8 milhões de episódios de seus seriados de TV na loja virtual iTunes – site para vendas de músicas e vídeos para usuários de iPods (cada um custa US$ 1,99, livre de comerciais).
O sucesso se repete na Internet. Dois meses depois de disponibilizar na web (para visualização no PC) os capítulos de seus seriados como "Desperate Housewives" e "Lost", apenas 24 horas após sua estréia na TV aberta, já foram assistidos 5,7 milhões de capítulos na Internet. O streaming é gratuito, mas neste caso cada episódio conta com um patrocinador; o internauta assiste obrigatoriamente ao comercial antes do episódio. E há um detalhe: a estréia na Internet não fez diminuir o ritmo de vendas de conteúdos para iPods.
?A experiência que temos disso tudo é que o acesso online é adicional, e não alternativo?, afirmou Anne Sweeney, co-chair da Disney Media Networks e presidenta da Disney/ABC Television Group. Ela foi a primeira keynote speaker no Mipcom, maior feira mundial de programação que acontece até a próxima sexta-feira em Cannes (França). Ela falou a um auditório lotado sobre a estratégia do grupo, que foi classificada na época de seu anúncio como sendo ?um tiro no pé?.
Anne Sweeney diz que a empresa está aprendendo constantemente a lidar com o novo consumidor de todas as mídias, que quer assistir ao conteúdo de acordo com a sua própria conveniência. ?Descobrimos que há diferentes maneiras de chegar ao cliente e o nosso negócio tem de ir ao encontro das necessidades do usuário?. A ABC perfilou quem compra episódios no iTunes e descobriu, por exemplo, que o usuário tem, em média, 29 anos de idade, curso superior e alto poder de consumo. ?Olhamos a todas as plataformas com muito cuidado, sem deixar que um meio canibalize o outro?, afirma Anne. De acordo com ela, a principal renda vem da TV aberta e não se quer perder isso. Anne Sweeney explicou que o mesmo modelo foi lançado com sucesso para o Disney Channel.
Celular
Ainda no seu pronunciamento, a presidenta da rede ABC Disney adiantou o acordo que seria anunciado logo depois para fornecimento de conteúdos da Disney para o serviço de telefonia móvel Orange, da France Telecom, válido para setes países da Europa. São pacotes de 65 a 120 minutos de programação de atrações da marca Disney. ?Nao é o tamanho da tela que importa, mas sim o conteúdo?, afirmou Anne Sweeney, lembrando que a empresa está atenta às 2,5 bilhões de conexões wireless no mundo ? e neste cenário são citados em especial os mercados emergentes de China, Brasil, Russia, Paquistão, Nigéria e Índia.
