PNBL foi responsável por 31% dos novos acessos fixos no último ano, diz presidente da Telebras

Recentemente a Anatel divulgou que o número de assinantes do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) é de cerca de 1 milhão de contratos, número baixo frente os mais de 20 milhões de conexões em banda larga fixa do País. Para o presidente da Telebras, Caio Bonilha, contudo, isso não significa que o PNBL tenha fracassado. Segundo ele, as vendas decorrentes do PNBL representam 31% das adições líquidas de banda larga no período de um ano. “Alguns disseram que o PNBL foi um fracasso, mas isso se mostrou uma análise precipitada”, disse ele em painel realizado nesta quarta, 10, na Futurecom.

O presidente da Telebras listou outros benefícios que, segundo ele, o PNBL trouxe ao mercado de atacado. Quando o programa foi lançado, a estatal comercializava o link de 1 Mbps full por R$ 230, o que de cara já desencadeou um processo de queda de preço das operadoras privadas e também gerou alguma desconfiança. “Quando dissemos que venderíamos o mega por R$ 230, alguns disseram que tinham subsídio. Mas hoje se compra o mega por menos de R$ 100 em algumas regiões”, afirma ele.

Bonilha também informou que na próxima semana a estatal vai anunciar o lançamento do projeto de cabos submarinos, que através de cinco rotas integrará o Brasil com a Europa, os EUA e a África através uma rede nacional. Segundo ele, falta apenas a aprovação final do governo federal.

Em relação à infraestrutura da Copa, Bonilha diz que em 15 de março a rede estará á disposição da Fifa para os testes. “O governo fez da Telebras a garantidora do fornecimento de infraestrutura à Copa, demanda que aceitamos de bom grado”, diz ele, sem mencionar que a Fifa e a estatal ainda não se acertam em relação ao pagamento pelos serviços que serão prestados pela Telebras. Já o projeto de satélite, segundo o executivo, também deve ter novidades nos próximos dias. Ele disse que a RFP para a contratação do artefato já está em posse do comitê diretor do projeto para a aprovação. No mercado, especula-se que o fornecedor provavelmente será a Mitsubishi, mas ainda há outras empresas buscando convencer o governo.

Política industrial

Bonilha considera que a Telebras é “uma das promotoras da reintrodução da política de produção nacional em telecom”. Política esta que, “embora inicialmente criticada, as multinacionais voltaram a desenvolver tecnologia no Brasil”.

A Telebras, de fato, foi uma das primeiras estatais a se beneficiar da política de incentivo ao desenvolvimento nacional através das compras públicas. Depois disso, mecanismos de incentivo ao desenvolvimento local foram introduzidos no leilão de 2,5 GHz e constarão no de 700 MHz da Anatel. “A Telebras compra preferencialmente produto desenvolvido no Brasil. Quando não é possível compra produzido no Brasil, e só em ultimo caso, compra importado”, detalha ele.
 

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