Sustentada pelo production service, Ocean Films começa a colher frutos da diversificação

Com tradição em production service, sobretudo para produtoras internacionais, a catarinense Ocean Films começou a diversificar há seis anos, quando começou também a produzir conteúdo, mirando o mercado nacional. "Percebemos que não tínhamos mais para onde crescer. A Lei 12.485/11 ainda não existia, mas dava para perceber um movimento tentando um ambiente propício para crescer nesse mercado", diz João Roni, sócio da Ocean Films, ao lado de Zahra Staub e Cristian Marini.

De lá para cá, a produtora trabalhou em cinema, TV aberta e por assinatura, com players como TV Cultura, Turner e Canal Curta!.

Após ter seu primeira longa-metragem, "Pequeno Segredo" (produção da Schurmann Filmes, da Ocean Filmes e da Diamond Films, em coprodução com a Mistika), indicado pelo MinC para ser o representante brasileiro no Oscar, a Ocean Films revela suas próximas produções. Na linha de cinema está em produção "Homens de Ouro", de Mauro Lima, diretor de "Tim Maia" e "Meu Nome Não é Johnny", em co-produção com a Caravela Filmes e distribuição da Downtown. Já o núcleo de conteúdo de televisão, liderado pelo produtor Nuno Godolphim, está realizando a série documental "Transamazônica – uma estrada para o passado" (foto), dirigida pelo cineasta Jorge Bodanzky, em fase de montagem, com exclusividade para a HBO.

Além disso, a produtora tem em linha de produção mais quatro projetos documentais para a TV por assinatura e dois longas de ficção em versão final de roteirização. Entre eles, destaque para "DOT", sobre a história da freira Dorothy Stang, assassinada na Amazônia em 2005, numa coprodução com os Estados Unidos. A produtora está desenvolvendo ainda um projeto transmídia sobre a heroína e espiã "Brigitte Monfort", uma espécie de James Bond de saias, originalmente lançada em livros de bolso nos anos 60, que prevê série de TV, longa metragem, a reedição de livros e até mesmo graphic novels e versão animada, que já conta com uma coprodução com o Canadá.

Segundo Roni, o relacionamento criado com diversos profissionais renomados e produtoras de fora ajudam na hora de criar conteúdos no Brasil. Inti Briones e Brigitte Broch, por exemplo, chegaram à Ocean pelos trabalhos em publicidade e em videoclipes para o mercado internacional e acabaram abraçando o projeto de "Pequeno Segredo", atiando como diretores de fotografia e arte, respectivamente.

Nuno Godolphim explica que, na área de conteúdo, a produtora está em "um momento de virada". "Começamos com um projeto por ano, devagarinho. Depois veio uma sequência de quatro series, outro longa. São projetos de tamanhos diferentes, que fazem a máquina girar", explica. Agora, a produtora amplia o investimento na área. "Estamos formatando um núcleo de trabalho e construindo uma relação com os canais. Leva um tempo para pegar projetos de maior peso e maior responsabilidade financeira", completa.

Documentário sobre Dorothy Stang está no line-up da produtora

Publicidade

Até então uma produtora focada em production services, a Ocean expandiu em conteúdo e, em agosto do ano passado, partiu para a publicidade. A empresa montou a Nunchaku no Brasil, uma fusão com a renomada produtora argentina Nunchaku, do diretor Nico Kasakoff. Comandada pelo produtor executivo Diego Melo, a Nunchaku BR passou a atuar como o braço de publicidade nacional, representando com exclusividade diretores de cena nacionais, como Rodrigo Rebouças, e internacionais que já atuam na produtora argentina. Para essa operação, a empresa conta com escritório em São Paulo, além das sedes no Rio de Janeiro, onde fica a área de production service e o núcleo de criação e conteúdo, e de Florianópolis, sede original da empresa, hoje dedicada à área de cinema e entretenimento.

Segundo Zahra Staub, uma das sócias da Ocean, partir para a publicidade partiu de uma demanda do próprio mercado. "A gente vai sentindo as necessidades do mercado, aliado a um desejo criativo nosso. As agências começaram a conhecer o nome da Ocean e começaram a nos perguntar o que poderíamos oferecer", diz. A produtora procura agora, explica Zahra, ampliar o time de diretores brasileiros, que tenham o perfil da Nunchaku.

"O serviço é o nosso faturamento principal. Na publicidade nacional, estamos dando um passo após o outro. Ainda é um investimento nosso. Não queremos crescer muito. Não temos ambição de ser gigantes. Pequenos, os problemas são fáceis de corrigir. Mas também aproveitamos as oportunidades que se abrem", conclui João Roni.

 

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