Estreia nesta quinta-feira, dia 11 de novembro, no Amazon Prime Video, o filme “Moscow”, do diretor e roteirista Mess Santos. A trama atemporal traz estética HQ e acompanha Val (Thaila Ayala) em uma noite cheia de reviravoltas, vingança e surpresas.
“Sempre gostei de assistir a filmes e ser levado para universos únicos, lugares que não são palpáveis. Quando criei a história, deixá-la atemporal já era uma ideia. Queria que daqui a dez anos as pessoas assistissem e ficassem em dúvida sobre quando o filme foi feito. E os personagens são tão caricatos que parecem até saídos dos quadrinhos, por isso essa escolha pela estética diferenciada. Minha inspiração foi o Batman, que é meu HQ favorito. Eu queria trazer um estilo de filme novo para o Brasil. Via muito isso lá fora – mas, no meu país, não. Acredito muito no cinema nacional. Acho que somos capazes de fazer qualquer coisa”, contou Mess Santos, diretor e roteirista, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta, 10.
A trama se passa em uma atmosfera atemporal, dentro de uma cidade assolada por gangues e violência. Ela acompanha a personagem Val, que trabalha como gerente do Moscow Club, um ambiente que esconde diversas histórias em seu interior. O filme acontece em uma única noite – e que muda a vida de todos naquele lugar. Assista ao trailer:
Distribuído pela Elo Company, o longa traz no elenco, além de Ayala, Jennifer Nascimento, Werner Schünemann, Bruno Fagundes, Micael, Pedro Lemos, Sacha Bali, Gabi Lopes, Victor Pecoraro, Ravel Cabral e a cantora Ludmilla – sobre sua escalação, Mess comentou: “Sabia que a personagem era muito forte e ligada à música. Pensei em vários caminhos e, no fim, a Ludmilla foi para mim a melhor atriz possível para interpretar a personagem. Ela é muito dedicada, teve um carinho muito grande pelo filme”.
Produção
“Moscow” foi rodado em São Paulo durante o início da flexibilização da quarentena, em 2020. Parte dos figurantes foram compostos por manequins realísticos, a fim de evitar aglomerações, e a preparação de elenco e pré-produção foram feitas online. Equipe reduzida no set e distanciamento social completaram os protocolos de segurança contra a Covid-19.
As filmagens foram feitas em apenas 12 dias – um tempo recorde para uma produção de cinema. “Eu já tinha a ideia de rodar um filme em tempo recorde quando escrevi o roteiro, lá em 2019. Sempre me inspirei em cineastas que admiro, como Spike Lee e Tarantino, que são diretores que rodaram filmes em tempo recorde. Já tinha essa ideia e aí chegou a pandemia, que foi um ‘plus’ de desafio. Tivemos que driblar muitas dificuldades, entendendo como aplicar os protocolos – que eram novos. Nos baseamos no que estava sendo feito lá fora para deixar os protocolos ainda mais rígidos”, explicou o diretor.
Para os atores, o trabalho foi desafiador, mas a questão do tempo não foi um problema. “Fizemos uma boa construção dos personagens antes, em cima do roteiro. E, pra mim, esse foi o maior desafio: construir essa personagem que já estava muito bem desenhada na cabeça do Mess. Encontrar o corpo e a voz dela foi bem difícil. Tudo foi muito calculado e ensaiado. E aí, quando começamos a gravar, eu entendi. Se não tivéssemos coreografado cada cena, o filme não teria acontecido em 12 dias. Toda essa preparação – feita de forma remota, pelo Zoom, algo que era muito novo pra mim – fez sentido”, disse a atriz Thaila Ayala.
Werner Schünemann concordou: “O processo foi muito bem organizado. Estávamos bem ensaiados. Os ensaios foram online e, depois, presenciais. O Mess sabia muito bem o que queria e tinha total noção do que fazia. Por isso não teve impressão nenhuma de que estávamos correndo. Repetimos as cenas quando foi necessário, fomos rodando sem pressa. O grande nível de concentração de todo mundo fez muita diferença”.
A personagem de Ayala se envolve com a de Ludmilla. “A ideia é normalizar o que é normal, no fim das contas. Quando algumas cenas saíram, recebi muitas questões em torno disso. Mas o assunto precisa ser normalizado. Cada vez mais temos que reforçar coisas que são tão óbvias. Então foi importante trazer isso para o filme. Sempre abracei a ideia”, apontou a atriz.
O longa foi financiado por investidores privados – um modelo de negócio no qual o diretor acredita bastante. “É um modelo de negócio já usado em Hollywood e que possibilita as pessoas investirem no filme entendendo que isso dá uma possibilidade de retorno como qualquer outro investimento”.