A Abrasat – Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite, defende a inclusão do satélite no modelo de TV 3.0 a ser adotado no Brasil em 2026. Em carta aberta, a associação ressalta a importância do satélite em um país com as dimensões do Brasil, onde 20% das residências, cerca de 15 milhões de domicílios, dependem dessa tecnologia para acessar o sinal de televisão.
A Abrasat argumenta que a TV 3.0 via satélite oferece diversas vantagens, como um receptor UHD de alta qualidade de imagem e som a um preço acessível, permitindo que milhões de televisores já instalados se adaptem à nova geração da TV digital. Além disso, a banda para o satélite já está disponível e em operação, o que possibilita uma cobertura nacional desde o lançamento, sem a necessidade de implantação gradual. A recepção será feita com uma antena única, utilizando a mesma da TVRO Ku.
Segundo a associação, a TV 3.0 via satélite também terá um papel de apoio à TV 3.0 terrestre, com a possibilidade de convergência dos dois sistemas para uma infraestrutura de distribuição uniforme, ampla cobertura, resiliência e segurança. A Abrasat acredita que a inclusão do satélite no decreto de regulamentação da TV 3.0 simplificará o processo e antecipará as metas de ativação de serviços.
A carta destaca ainda a interatividade como característica fundamental da TV 3.0, proporcionada pela convergência entre broadcast e broadband, com recursos como experiência logada, recomendação, integração com mídia social e acessos clicáveis. A distribuição da TV 3.0 via satélite será em formato IP, facilitando a entrega de conteúdos em alta resolução 4K, HDR e som imersivo, através de um conjunto de equipamentos para encapsulamento dos sinais em IP, transmissão via satélite e recepção com receptores que convertem multicast para unicast.
A solução técnica proposta utiliza o DVB-NIP (DVB native IP), que permite a transmissão do sinal de TV diretamente como pacotes IP, facilitando a integração com smart TVs, set-top boxes e dispositivos conectados, além de possibilitar o uso de redes híbridas. A transmissão dos sinais digitais uhd via satélite poderá ser compatível com os receptores digitais UHD terrestres, tanto para canais FTA, fast e OTT/app, com o sinal chegando ao usuário através de antenas parabólicas e receptores compatíveis com DVB-NIP, permitindo acesso a conteúdo sob demanda e serviços interativos via conexão IP.