Concebido para dar mais visibilidade à produção de curtas-metragens que vão da ficção ao documentário e retratam os mais diversos assuntos do cotidiano, o projeto + Curtas, do SescTV, exibe ao público produções que abordam temas como direitos humanos, infância e juventude, relacionamentos intergeneracionais, identidade racial e de gênero, entre outros, tudo sob o olhar de diversos diretores. Em novembro, o público poderá assistir três produções. Todas são transmitidas às quintas, às 22h, com reapresentações em horários alternativos: sábados, 23h30; domingos, 22h30; segundas, 0h30 e 22h30; quartas, 0h e 23h30.
O primeiro, exibido em 10 de novembro, foi "Uma Carta Para o Meu Pai", documentário dirigido pela cearense Aline Belfort e vencedordo Prêmio SescTV no 29º Festival Mix Brasil 2021.Em cerca de cinco minutos, o curta, que é "dedicado a todas as cartas que não tivemos coragem de mandar", registra numa dança a filha que busca os carinhos nunca recebidos pelas mãos do pai. Uma carta escrita por gestos, imagens e palavras em uma coreografia solo na tentativa de resgatar uma relação que se perdeu pelo medo.
Na semana seguinte, em 17 de novembro, "Sem Asas" (foto), curta ficcional dirigido por Renata Martins, apresenta a história de um garoto negro, Zuri, que almeja ser um super herói à prova de balas e descobre que pode voar. Tudo começa quando ele vai à mercearia comprar farinha de trigo para a mãe. Quando está no caminho de volta, vê uma pipa caída num quintal e se arrisca a pegar. Nesse momento, percebe a movimentação de policiais no bairro e se esconde atrás de um portão. Quando sai do quintal, é abordado por um policial perguntando sobre o que ele carrega. Depois de várias indagações o policial atira estourando o pacote de farinha. Nada acontece ao garoto. Ele foi protegido pelo seu desejo de ser um super herói e surge com asas.
Última produção a ser exibida em novembro, no dia 24, "Cantorias", dirigido por Mauricio Melo Junior, é um documentário produzido pela TV Senado que, mais do que reunir uma coletânea de histórias sobre os cantadores de viola nordestinos, investiga as origens da cantoria nessa região do país e mostra suas influências para as futuras gerações. De acordo com o diretor, a cantoria surgiu na Serra do Teixeira, na Paraíba, uma região que é pródiga na tradição e formou grandes cantadores. O filme traz uma série de depoimentos de cantadores, escritores, poetas e exemplos de cantorias, além de reverenciar nomes como os de João Furiba, Severino da Silva Pinto e Zé Limeira. Tião Lima, radialista e cantador, considera a cantoria como uma guerra, enquanto o cantador Oliveira das Panelas observa que essa manifestação artística retrata a vivência de assuntos, a dinâmica das atualidades e o humor. Para ele, o grande cantador é o mais universal, enquanto o grande repentista é o momento.