O Painel Industry Talk: Canais Fast, ocorrido nesta terça, 11, no Latam Content Meeting, no Rio de Janeiro, reuniu especialistas para discutir o crescimento e os desafios dos canais Fast (Free Ad-Supported Streaming TV) na América Latina. Os palestrantes abordaram as oportunidades para produtores independentes e grupos de mídia, bem como os desafios para desenvolver esses canais.
Felipe Gagliardi, da Samsung TV Plus, destacou que os canais Fast oferecem uma nova janela de distribuição para grupos de mídia, especialmente com a crescente fragmentação da audiência. “Eles têm que estar na TV aberta, tem que estar na TV fechada, tem que estar no subscription, tem que estar no AVOD, tem que estar no FAST”, afirmou. A Samsung TV Plus, presente em 27 países, surgiu com o objetivo de fornecer aos usuários uma experiência de conteúdo gratuita e acessível a partir do momento em que ligam a TV.
Para os produtores independentes, a oportunidade está em criar canais prontos para distribuição em plataformas Fast. Gagliardi explicou que a Samsung TV Plus não licencia conteúdos ou faz contratos individuais, mas distribui canais completos.
Desenvolvimento de canais
Um dos desafios mencionados foi a questão da monetização, especialmente para canais de nicho. Gagliardi explicou que as expectativas de rentabilidade devem ser alinhadas com o tamanho da audiência. “Canais de nicho têm um alcance muito menor, porém, o vínculo emocional com o usuário é muito maior”, disse.
Adriano Hayashi, da Paramount/Pluto TV, complementou que a rentabilidade de um canal de nicho pode ser alcançada através da criação de uma massa crítica de conteúdo, o que gera uma audiência maior. Ele também destacou a importância de um parceiro comercial ou cliente que apoie o conteúdo e o veja como uma oportunidade de publicidade.
Conteúdo Original e a Importância da Localização
Yael Steiner, da Whe Play +, abordou a importância do conteúdo original e da localização. Ela anunciou a estreia da primeira série original do Whe Play +, “A Revolução 639”, que será lançada em junho. A série, inspirada na “pedagogia do afeto”, terá sete episódios e será lançada em parceria com outras plataformas.
Hayashi complementou que o momento da indústria ainda é de teste e que não há uma “receita de bolo” para o sucesso. Ele citou o exemplo do CazéTV, que teve sucesso tanto na Samsung TV Plus quanto no YouTube.
O futuro
Gagliardi prevê um futuro promissor para os canais Fast, impulsionado pelo crescimento da adoção de smart TVs e da penetração da internet no Brasil. Ele comparou o momento atual dos canais Fast com o início do YouTube no Brasil, em 2005/2006, que também era uma plataforma pequena e com pouco retorno financeiro.
Steiner acredita que o futuro dos canais Fast está na experiência de assistir conteúdo, com foco na história e no engajamento. Ela destacou a importância de criar laços emocionais com a audiência e de oferecer uma alternativa ao excesso de conteúdo e à “dispersão” causada pela abundância de opções.
Hayashi, por sua vez, não arriscou previsões para daqui a cinco anos, mas acredita no fortalecimento e crescimento dos canais Fast no próximo ano. Ele destacou o crescimento do número de usuários e das horas assistidas nos últimos dois anos e prevê um aumento na área de “live events”, incluindo transmissões ao vivo de esportes e outros eventos.
