Canal Brasil exibe mostra "Ditadura Nunca Mais"

O Canal Brasil aderiu ao movimento #DitaduraNuncaMais e, para jogar luz sobre a importância da democracia plena, exibe nesta semana, entre terça e sexta-feira, dias 13 e 16 de abril, uma mostra com 21 títulos sobre o tema. Serão quatro dias de programação intensa, com filmes, programas e séries que retratam os 21 anos sob os quais o Brasil enfrentou a repressão e a ditadura do regime militar. 

"A ideia da mostra veio de uma polêmica das últimas semanas – ao assumir o Ministério da Defesa, o novo ministro fez algumas declarações minimizando o impacto da ditadura militar no Brasil, dizendo inclusive que as forças armadas serviram para pacificar o país e amenizando questões relativas à repressão e à tortura. Isso gerou muita polêmica e debate. O Canal Brasil procura formas de, por meio de seus filmes, gerar debate a respeito das discussões sociais do momento. Assim, a mostra surgiu nesse contexto, e tem o objetivo de, através dos conteúdos, contar a história do Brasil e relembrar os reais acontecimentos, uma vez que os filmes são o espelho da nossa sociedade", conta Alexandre Cunha, diretor de programação do Canal Brasil, em entrevista exclusiva para TELA VIVA.  

"Quando o assunto ditadura veio à tona recentemente, de forma a diminuir o quão negativa ela foi, pra gente criar a mostra foi uma decisão muito fácil. A ditadura é uma época da história do Brasil que precisa ser lembrada para que não seja repetida. E a gente tem essa possibilidade com o acervo do canal, de dar luz a esse assunto. O Canal Brasil vai estar sempre a favor das liberdades, do respeito ao outro e da nossa cultura, então essa mostra vai ao encontro do nosso posicionamento", completa Camila Roque, gerente de marketing. Para Roque, contextualizar esse momento de ditadura com filmes é trazer uma luz para o debate – e voltar com essa discussão é importante. "Quanto mais gente assistir, se informar e se aprofundar no tema, mais saudável se torna o debate. Assim, estaremos debatendo em cima de fatos, com mais embasamento", acrescenta. 

Curadoria 

"Quando surgiu o tema ditadura, fomos buscar em nosso acervo e notamos que tínhamos exatamente 21 títulos relevantes para compor uma mostra – o que coincide com os 21 anos da ditadura. Claro que já passaram mais filmes sobre o tema no Canal Brasil, mas por conta de contratos e demais questões circunstanciais, fechamos com esses 21 títulos. Na nossa visão, eles representam bem o tema", diz o diretor a respeito da seleção da mostra. 

Cunha acrescenta que o processo de curadoria para o Canal Brasil começa sempre com uma busca por reunir produções diversas entre si – tanto para mostras especiais, como é o caso, quanto para a programação diária: "O objetivo é sempre trazer obras de diferentes épocas, estilos de direção, gênero, dirigidas por cineastas consagrados e mais novos também, vindas de diferentes regiões do país… Desses 21 filmes, por exemplo, nove são dirigidos por mulheres, o que eu considero um dado bem interessante. A programação conta com sete ficções e 14 documentários, e há produções do eixo Rio-São Paulo mas também de estados como Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul, entre outros". 

As expectativas do Canal em relação à estreia da mostra nesta terça, 13, são as melhores. "Nesses momentos, o canal fica mais quente e atual. É uma mostra completa, diversa e forte", define Roque. "A mostra é rica, traz um assunto relevante e a pauta é quente. É uma oportunidade que o público tem se assistir a filmes diversos, de diferentes épocas e diretores. É enriquecedor culturalmente", analisa Cunha. 

Programação 

O especial inclui a série "Depois do Vendaval", de José Carlos Asberg e Luiz Arnaldo Campos (2018), que será exibida nesta terça, 13, a partir das 7h30. Também estão na programação documentários como "Fico Te Devendo Uma Carta Sobre O Brasil", de Carol Benjamin (2020), com exibição programada para terça, 13, às 11h55, e "Torre das Donzelas", de Susanna Lira (2019), no ar na quarta, 14, às 16h20. 

Entre as ficções, estão "Pra Frente Brasil", de Roberto Farias (1982), que vai ao ar na terça, 13, às 14h45; "Rasga Coração", de Jorge Furtado (2019), na quarta, 14, às 18h; "Deslembro", de Flávia Castro (2019), na quinta, 15, às 11h, e "O Que É Isso, Companheiro?", de Bruno Barreto (1998), também na quinta, às 16h20. 

O programa "Uma Sombra Sobre Nós", de Simone Zuccolotto (2014), que investiga a influência da ditadura militar na produção cinematográfica brasileira, finaliza a mostra na sexta, 16, com exibição pelo canal a partir das 11h30. 

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