Comédia brasileira "Toda Família Tem" estreia no Prime Video

(Foto: Divulgação)

O Prime Video lança nesta sexta-feira, dia 12 de julho, todos os sete episódios da série brasileira de comédia "Toda Família Tem". Com direção de Cris D'Amato e Yasmin Thayná, a série foi criada por Mariana Veil, Jonathan Haagensen e Pedro Ottoni. A produção é assinada pela Black Pen Filmes e os roteiros são de Renata Di Carmo, Pedro Ottoni, Guilherme Temponi, Maria Shu, Junior Figueiredo e Vinnicius Morais. Mariana Veil, Jonathan Haagensen e Pedro Ottoni também são os produtores executivos.

A comédia conta a história de Pê (Pedro Ottoni), um jovem de 19 anos cuja rotina muda repentinamente quando ele precisa retornar com a família para a casa da avó no Rio de Janeiro, onde sua vida privilegiada cheia de liberdade e conforto chega ao fim. Enquanto busca lidar com os dilemas típicos de um jovem que deseja encontrar seu lugar no mundo, ele descobre que a união da Família Silva é a chave para a sua felicidade. Assista ao trailer: 

Em entrevista exclusiva para TELA VIVA, a roteirista Renata Di Carmo reflete sobre como suas experiências pessoais influenciam sua escrita, especialmente no caso deste projeto: "Há premissas que abrem possibilidades de que nossas vivências sirvam de material para sua construção. São histórias, personagens e situações que não estão tão distantes de coisas que vivi e vivo. 'Toda Família Tem' reflete as experiências de muitas famílias brasileiras – suas relações, rede de afetos, o modus operandi para superar as dificuldades, para vivenciar as alegrias, para ter gosto no riso. É claro que emprestei da minha família, das coisas que vivi, que vi, da observação da vida de bairro, dos meus pais, avós, irmãos, amigos, das escolas por onde passei. Havia um desejo sincero de construir essa série sobre essa família Silva, que para além do riso, também revelasse as subjetividades, as camadas do não dito, a insistência no trabalho, que falasse de competências, dessa negritude bonita e afetuosa, que valoriza a família e as relações baseadas no amor". 

Ela destaca que, no processo de escrita, a equipe de roteiro ria das confusões da família da trama. "Nós criávamos as histórias e ríamos delas", conta. "Dentro de um trabalho muito intenso como é o de criação, isso era gostoso. Era bom se identificar e perceber que, quando a família Silva ria de si mesma, era também um reflexo da gente rindo da gente, por se identificar mesmo ou por pensar muita loucura durante o processo da série", completa. Nesse sentido, eles esperam que o público goste e também se veja na tela. Para a roteirista, a série deixa uma mensagem de que o brasileiro é incrível, bonito, divertido, trabalhador e inteligente. "Que muitas famílias negras são os Silva, é uma representatividade que faz sentido pois é real. Somos muitos, mas somos isso também. Com nuances que só a gente tem. Às vezes a ousadia é simples e comum. Tento emprestar um pouco dessas coisas pros meus trabalhos, sejam criados inicialmente por mim ou não". 

História de mulheres 

A direção e o roteiro da série são lideradas por mulheres. E, na história, Pedro, o protagonista, vive numa casa rodeado por mulheres, o que vai formando seu caráter. Renata detalha: "Ele está rodeado pela mãe, avó, irmãs e ainda tem a nova melhor amiga por perto. Ou seja, esse menino vai ser confrontado. Ele é mimado, o mundo o ensina a ser machista, mas ele enfrenta embates". 

Renata Di Carmo (Foto: Luciana Zacarias)

A roteirista observa como estamos, a todo momento, lidando com uma "masculinidade tóxica demais", com homens que aprenderam a ser os piores possíveis. "Vivemos com homens que muitas vezes performam serem desconstruídos, aliados feministas, antirracistas, mas é só teatro mesmo. O nosso Pedro é um jovem 'obrigado' a viver com mulheres com muita personalidade, e é bom que ele aprenda a melhorar. É uma geração que tem essa oportunidade", aponta. 

"Algumas sutilezas são possíveis por termos uma narrativa pensada por mulheres, claro. No roteiro, na direção, na produção… Conseguir trazer esses temas com leveza e com humor, dentro de uma série popular, requer inteligência e sensibilidade. Com isso você também amarra o conteúdo à linguagem adotada para contar a história", conclui. 

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