Claro vê interesses alinhados na TV paga e projeta retomada de receitas

Rodrigo Marques, vice-presidente de estratégia e operação da Claro, no Pay-TV Forum 2024. (Crédito: Marcos Mesquita Fotografia)

Principal operadora de TV por assinatura do País, a Claro enxerga um alinhamento crescente na cadeia e projeta para 2025 uma possível retomada de receitas no segmento, a partir de uma abordagem convergente entre a TV paga tradicional e o streaming.

A perspectiva foi compartilhada pelo vice-presidente de estratégia e operação da Claro, Rodrigo Marques, durante o primeiro dia do Pay-TV Forum. O evento promovido por TELA VIVA e TELETIME teve pontapé inicial em São Paulo nesta segunda-feira, 12.

"Estamos tentando criar modelos ganha-ganha com parceiros e evoluindo nessa direção. Hoje temos interesses muito mais alinhados do que tivemos no passado", indicou Marques. Ele lembrou que a Claro já empacota na Claro tv+ canais lineares da TV paga tradicional e as plataformas de streaming Netflix, Globoplay e Max. Outras parcerias estão à caminho.

"Estamos na vanguarda da indústria e em poucos meses, teremos o bundle com mais conteúdos consolidados no mundo", prometeu Marques. (Crédito: Marcos Mesquita Fotografia)

"Estamos na vanguarda da indústria e em poucos meses, teremos o bundle [pacote] com mais conteúdos consolidados no mundo", prometeu Marques. "Isso é bom para consumidor, para o produtor de conteúdo que não precisa de produções novas a todo momento, e para distribuidora, que tem rentabilidade melhor e modelo mais equilibrado", prosseguiu o VP da Claro.

A partir do cenário, a empresa avalia que, do ponto de vista das receitas, a TV por assinatura convergente pare de cair na Claro neste ano de 2024. "E no ano que vem, temos possibilidade de algum crescimento", projetou Marques, a respeito das perspectivas para 2025.

ARPU e experiência

A transição dos modelos, contudo, ainda guarda desafios. "Temos que trabalhar muito no ARPU [receita média por usuário], que é difícil e está menos na nossa mão. Ele foi muito impactado porque o audiovisual foi desvalorizado com entrada de OTTs com preço muito baixo", argumentou o executivo.

Marques lembrou que a chegada nos últimos anos de novas plataformas OTTs propiciou "pacotes de muita qualidade a R$ 10", o que teria desvirtuado a percepção de valor para o consumidor. "[Já] hoje há um trabalho de todos os players de aumentar o preço, mas é um processo longo".

A própria multiplicidade e fragmentação de conteúdos nas plataformas de streaming é encarada pela empresa de forma crítica, embora também crie oportunidades para agregadores.

"[O segmento] ficou muito complexo depois da euforia inicial do modelo, deixando difícil para o consumidor entender e custoso para os players. Então estamos refazendo de uma forma que seja positiva para todo mundo", apontou Marques.

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