Para CEO da Maria Farinha, marcas entenderam que consumidor busca informações para além dos atributos dos produtos

A produtora Maria Farinha Filmes sempre se posicionou a favor de produções audiovisuais que tenham um propósito ou uma causa social por trás. E esse princípio vai além dos seus filmes e projetos para a televisão, abrangendo também seus cases de publicidade. Ao longo deste ano, a MF desenvolveu conteúdos para marcas que exemplificam bem como este mercado está mudando. "Acho que a comunicação como um todo vem sofrendo transformações, sim. E a maior transformação, no meu ponto de vista, vem da exigência cada vez maior do público em relação à identificação com os temas e credibilidade dos conteúdos.", define Flávia Doria, CEO da produtora.

Em setembro, a Maria Farinha lançou o curta "Ser o que se é", livremente adaptado da carta "Querida Garota do Maiô Verde", de Jéssica Goméz, que viralizou em 2016 ao falar sobre a importância de amar a si mesmo. Com direção de Marcela Lordy, o curta ilustra o encontro de duas mulheres na praia, uma adulta e uma adolescente. Através de um diálogo mental inspirador entre elas, a audiência é convidada a fazer uma reflexão sobre autoestima e amor próprio. A história por trás do projeto é que a produtora foi convidada pela Natura e Africa a criar uma narrativa audiovisual de forma autoral e sem interferências de marca para reforçar a mensagem. A narrativa foi construída dessa forma, com o objetivo de ser uma inspiração para as mulheres. O curta é utilizado para fortalecer o movimento iniciado pela agência Africa para a marca Natura TodoDia ao tratar o assunto de uma forma que ultrapassa os limites da publicidade.

"Na última semana, recebemos o retorno da Natura sobre o resultado tanto de entendimento quanto de alcance do curta. Comemoramos muito o resultado da pesquisa que mostrou que as consumidoras entenderam a mensagem e compreenderam o papel da marca nesse movimento e que o curta gerou uma identificação e envolvimento verdadeiros com o tema – que trata da relação tão difícil que as mulheres têm com o próprio corpo.", celebra Flávia.

Ainda na lista de projetos nesse sentido, a Maria Farinha assinou o filme "Por quê açúcar?" para a marca Dengo Chocolates. O objetivo da campanha era abordar os perigos do excesso de açúcar na alimentação das pessoas. O mini documentário em questão foi exibido no programa "Bem-Estar", da Globo, em novembro, servindo como ponto de partida para discussão do tema na atração matinal da emissora.

"Há uma troca generosa nos trabalhos que desenvolvemos. Nessas parcerias com marcas, conseguimos um alcance muito grande das mensagens que queremos passar e, em troca, ajudamos a desenvolver conteúdos audiovisuais com profundidade e legitimidade. Sinto que as marcas com as quais trabalhamos são aquelas que de fato estão buscando desenvolver conteúdo criado para atingir alguma transformação social necessária. São marcas que buscam algo além de vender produto, ser conhecido ou ter uma boa imagem. São marcas que buscam entregar, com verdade, mensagens e inspirações relevantes para a sociedade.", explica a CEO da produtora. "Acho que 'caiu a ficha' para a grande maioria das marcas que o consumidor busca, cada vez mais, algo para além de bons atributos de produto ou uma propaganda que tenha uma boa sacada. Os consumidores querem saber, e podem saber, muito mais. Querem saber de onde vem o produto, se agride o meio ambiente, se a marca representa algo maior do que puro marketing e por aí vai.", completa.

No último ano, a produtora lançou o documentário "Repense o Elogio", para a Avon, provocando uma reflexão sobre o poder das palavras escolhidas para elogiar as pessoas e como as opções são diferentes ao se referir aos homens ou mulheres. Recentemente, o trabalho ganhou um dos prêmios do Effie Awards Brasil, premiação internacional que consagra as grandes ideias que dão origem a estratégias de marketing e comunicação capazes de alcançar resultados reais e tangíveis, premiando tanto agências quanto clientes. "Acho que é dentro desse cenário que a Maria Farinha se destaca. Temos profundidade no conhecimento de causas, metodologias próprias de escuta e troca com ativistas e o público em geral. Aprendemos que há uma ciência por trás do 'como chegar'.", conclui Flavia.

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