A Spcine, empresa estatal vinculada à Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa de São Paulo (SMC), comemorou dez anos de atuação em janeiro. Ao longo dessa década, a empresa se consolidou como um importante agente de fomento ao setor audiovisual na cidade, investindo em produção, formação, difusão e internacionalização do cinema.
A área de fomento foi um ponto central da Spcine ao longo de sua primeira década. Desde 2015, a Spcine investiu R$ 106 milhões em 718 projetos audiovisuais, incluindo longas-metragens, curtas-metragens, séries e games. Em 2024, a empresa executou 100% dos recursos da Lei Paulo Gustavo destinados ao audiovisual paulistano, o que resultou em um investimento de R$ 53 milhões em 183 projetos. Esses dados foram divulgados pela própria comunicação da Spcine – no entanto, alguns produtores e distribuidores de São Paulo apontaram divergência nos números informados.
Os dados apresentados pela Spcine indicando o investimento de R$ 53 milhões em 183 projetos contrastam com os R$ 61 milhões recebidos pelo município, segundo o painel do Ministério da Cultura. Por outro lado, o MinC mencionou, em comunicado oficial, a execução de R$ 65,08 milhões – coerente com o valor repassado mais os rendimentos.
Procurada por este noticiário, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SMC) afirmou que a Spcine lançou dez editais referentes aos Incisos I (Apoio a produções audiovisuais) e III (Capacitação, pesquisa, formação e qualificação no audiovisual, além da realização de festivais, eventos e mostras), com um investimento de R$ 53,2 milhões. Os recursos beneficiaram 183 projetos, atingindo 100% do valor previsto.
A diferença acontece pelo valor determinado aos projetos do Inciso II, direcionado a apoio a cineclubes, cinemas na periferia e cinemas itinerantes e reforma, restauro e manutenção de sala. Foram R$ 7,4 milhões de repasse da SMC para investimento no Circuito Spcine, R$ 2,9 milhões com custos operacionais e R$ 2,5 milhões de investimentos através de dois editais executados pela SMC para o audiovisual – chegando, assim, ao valor total anunciado.
Conforme esclarece o MinC, o estado e 624 municípios de São Paulo executaram 95,9% dos recursos que receberam do Governo Federal via Lei Paulo Gustavo de Incentivo à Cultura. Foram R$ 748,4 milhões, entre R$ 545,37 milhões para o setor audiovisual e R$ 203,03 milhões para outras áreas, como música, dança, pintura, escultura e artes digitais. Levando em conta os municípios paulistas contemplados, o percentual de execução superou 92,2%. A capital, São Paulo, foi a que mais recursos aplicou. A cidade executou R$ 65,08 milhões em projetos audiovisuais e R$ 22,39 milhões em projetos relativos a outras áreas.