Segunda Mostra Taturana de Cinema inicia itinerância em regiões do Brasil

A 2ª Mostra Taturana de Cinema, que reuniu entre os dias 14 e 19 de setembro curtas e longas-metragens documentais sobre democracia e luta antirracista, começa viajar por cidades brasileiras até o dia 31 de dezembro. O objetivo é ampliar as discussões e democratizar o acesso ao cinema. Os interessados em levar a Mostra para a sua região devem preencher um formulário disponível online. 

"Produzimos um material educativo para ajudar as organizações anfitriãs a mediarem conversas sobre os temas abordados pelos filmes nos locais onde a Mostra irá passar", diz Amanda Letícia, coordenadora de mobilização da Mostra. "Todas as exibições e atividades serão autogestionadas, gratuitas e abertas ao público", ressalta. A expectativa é ter pelo menos 40 exibições e debates nesta itinerância. 

A curadoria da Mostra selecionou 23 filmes dirigidos apenas por pessoas negras e indígenas e todos estão divididos em seis eixos temáticos nos quais os filmes se organizam. São eles: "Experiências do corpo e da fé: religiosidade, estética e antirracismo"; "Em defesa da vida: direito ao território e ao modo de viver"; "Árvore da memória: busca da ancestralidade e o combate ao apagamento e à invisibilidade"; "Muros do racismo: estruturas e fronteiras geográficas, materiais e simbólicas"; "Vidas negras importam: violência de Estado e genocídio da população negra"; e "Outras histórias possíveis: memória, vozes e disputa de narrativas". 

Entre os filmes disponíveis para itinerância estão: "Cavalo" (Brasil, 2020, dir. Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti), "Nhemonguetá Kunhã Mbaraete" (Brasil, 2020, dir. Michele Kaiowá, Graciela Guarani, Patrícia Ferreira Pará Yxapy e Sophia Pinheiro), "Raízes" (Brasil, 2020, dir. Simone Nascimento e Well Amorim), "Travessia" (Brasil, 2017, dir. Safira Moreira), "Chico Rei Entre Nós" (Brasil, 2020, dir. Joyce Prado), "Joãosinho da Goméa – O Rei do Candomblé" (Brasil, 2019, dir. Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra), "A Sússia" (Brasil, 2018, dir. Lucrécia Dias), "Pontes sobre abismos" (Brasil, 2017, dir. Aline Motta), "Thinya" (Brasil, 2019, dir. Lia Letícia), "Ipa | Ipá" (Brasil, 2020, dir. Thais Scabio), "O Bocado da Cova da Moura que Há em Nós" (Portugal, 2014 , dir. Edson Diniz e Edu Semedo) e "Bastien" (Portugal, 2016, dir. Welket Bungué), entre outros. 

Organizada pela Taturana Mobilização Social, em parceria com Coalizão Negra por Direitos, Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) e Wonder Maria Filmes (Portugal), o intuito da 2ª Mostra Taturana de Cinema é trazer à tona as políticas de visibilidade e as noções de representação, além de debater e compreender o que é o racismo estrutural e como ele arregimenta a história do Brasil, já que a cultura do racismo foi fortalecida no audiovisual todo esse tempo com o apagamento das pessoas negras na frente e por trás das câmeras. "Entendemos que uma mostra de cinema pode alcançar pessoas que não estão necessariamente envolvidas com o cinema, a cultura brasileira ou com causas sociais. É uma forma comunicativa e popular de fomentar interesse por documentários e debates sobre temas socialmente relevantes", finaliza Amanda Letícia. 

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