Globo Cabo anuncia nova etapa da reestruturação financeira

A Globo Cabo anunciou nesta segunda-feira, dia 13, a segunda fase de sua reestruturação financeira, com a emissão de debêntures conversíveis no valor de R$ 350 milhões. Os papéis, lançados no mercado nacional, têm prazo de sete anos e juros anuais de 12%. Se esta emissão for somada aos aportes de capital na primeira fase da reestruturação, quando BNDES Participações e Microsoft passaram a fazer parte da operadora, a capitalização da Globo Cabo chega a R$ 842,9 milhões. Atualmente, a estrutura societária da operadora, no que se refere apenas às ações ordinárias (com direito a voto) é a seguinte: Globopar, com cerca de 62%; Bradesco, com cerca de 20%; e Microsoft e BNDESPar, com pouco menos de 10% cada. As participações exatas ainda estão sendo definidas. A capitalização da Globo Cabo tem como objetivo principal reduzir as suas dívidas de curto prazo. Atualmente, a operadora deve US$ 600 milhões, sendo que 60% deste total é indexado em dólares. Dos R$ 842,9 milhões que conseguiu em 99, mais de R$ 500 milhões vão para pagar os juros anuais (cerca de R$ 200 milhões) e abater parte de sua dívida. A idéia, segundo Eric Chaser, diretor financeiro da empresa, é ficar com menos da metade da dívida da empresa cotada em dólares. Luiz Chrisóstomo, executivo do banco Chase Manhattan responsável pela operação, explica que, com a emissão de debêntures de sete anos – uma das poucas com prazo tão grande nos últimos anos – a operadora terá mais tempo para pagar suas dívidas. Além disso, é esperada uma grande conversibilidade. Ou seja, muitos dos portadores das debêntures podem preferir, em vez de receber o seu valor nominal, trocá-las por ações preferencias da Globo Cabo. Estes papéis representam em torno de 30% do volume de ações preferenciais da empresa atualmente. Segundo Moysés Pluciennik, a Globo Cabo vai investir R$ 300 milhões em suas operações no ano 2000. São as seguintes as ações que a empresa pretende tomar: 1) Retomar crescimento de vendas de TV por assinatura nas classes A e B, conquistando novos clientes e vendendo serviços como o pay-per-view; 2) Aumentar os esforços para chegar às classes C e D, com o pacote Standard, já oferecido em Goiás, cujas mensalidades variam de R$ 23 a R$ 26; 3) Oferecer serviços de banda larga, como o Virtua. Segundo Pluciennik, a expectativa é de que estes serviços tenham, no futuro, um volume de receita comparável ao da TV por assinatura. O capital será também voltado para a melhoria na rede das operadoras da Globo Cabo. A empresa anunciou que investirá na modernização da infra-estrutura de cabos, na codificação da base de assinantes e no desenvolvimento de novos serviços de valor agregado, como o Virtua. A operadora ainda está de olho em um parceiro da área de telecomunicações, com presença internacional, que possa ter redes complementares às suas para oferecer novos serviços, que vão desde o transporte de dados a soluções de telefonia sobre cabo.

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