A Amordivino Filmes, produtora baiana fundada pela cineasta Tais Amordivino, amplifica sua atuação para o cenário nacional. Após quase quatro anos de trajetória, a empresa relança sua marca de forma a refletir uma nova fase, mais conectada às suas raízes ancestrais e voltada para a construção de um cinema ainda mais inclusivo e plural. Criada em 2021, a produtora comemora um momento de consolidação, com os recentes lançamentos assinados pela CEO Tais Amordivino, cineasta e documentarista com uma carreira de 12 anos, que co-dirigiu o longa-metragem antológico "Insubmissas", coprodução com a Daza Filmes, exibido na première do Festival do Rio 2024, e é autora e diretora da série "Golaço Delas – Talentos Escondidos", obra que aborda o futebol feminino na Bahia e que teve suas filmagens finalizadas em julho.
Com o compromisso de contar histórias de relevância artística, social e cultural, a produtora se volta para questões como a ancestralidade, a luta pela inclusão de gênero e o protagonismo das populações periféricas e negras. "Neste novo momento, quero mais do que nunca reforçar o meu compromisso com o cinema negro, potente e afetuoso, contudo, podendo falar de todas as coisas com muita sabedoria e respeito. O relançamento é uma forma de me projetar no mundo com mais intensidade e com a força do ferro do Orixá que me guia a continuar construindo narrativas poderosas e transformadoras. Amordivino Filmes é afeto e força de Ògún", declara Tais Amordivino.
Nesta nova fase, as questões de identidade e a valorização dos saberes ancestrais se tornam ainda mais centrais no discurso da empresa, que se inspira na filosofia e nos princípios dos orixás para guiar seus projetos. Entre os recentes trabalhos da produtora destacam-se ainda "Registros da Ausência", longa de ficção em desenvolvimento; "Manifesto Pagodão", série documental que aborda música e identidade do pagodão baiano
A Amordivino Filmes preza por um ambiente afetivo e cuidadoso no set de filmagens. "Esse conceito criado por mim tem como finalidade promover um ambiente afetivo. Procuro uma relação transparente e direta com cada profissional, reconhecendo que o sucesso de um set de filmagem depende da colaboração de todos e que não é possível realizar esse trabalho sem transparência e comunicação afetiva", afirma a diretora. O conceito envolve ainda a construção de um ambiente de filmagem afetuoso e colaborativo, onde todos os profissionais envolvidos são respeitados e valorizados não apenas pela técnica e talento, mas também pela energia positiva e cuidado com as relações humanas.
Mulher preta, periférica e sapatão, a roteirista e diretora documentarista Tais Amordivino é "nascida e criada" no Cabula, "o maior quilombo de Salvador", como gosta de destacar. Entre suas obras mais recentes estão ainda "Davi – Um Cara Comum da Bahia" (Globoplay, 2024). Ela é co-realizadora do festival Itinerante de Cinemas Negros – MIMB e teve o curta-metragem "A Menina que queria voar" (Ori Imagem) foi selecionado no 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Um dos seus principais projetos é o premiado documentário "Motriz", que foi exibido em mais de 30 festivais nacionais e internacionais e depois estreou no Canal Brasil.