A minissérie "Senna" estreia globalmente na Netflix no dia 29 de novembro. Ao longo de seis episódios, a produção mostrará, pela primeira vez na ficção, a trajetória de superação, desencontros, alegrias e tristezas de Ayrton Senna (interpretado por Gabriel Leone), desbravando sua personalidade e suas relações pessoais. A história começa com o início da carreira automobilística do tricampeão de Fórmula 1, do kart à sua mudança para a Inglaterra para competir na Fórmula Ford, e segue até o trágico acidente em Ímola, na Itália, durante o Grande Prêmio de San Marino. "Senna" é um Original Netflix produzido pela Gullane, por Caio e Fabiano Gullane, com o apoio da Senna Brands e da família do piloto; tem direção-geral de Vicente Amorim, que também assina como showrunner e a direção de episódios – esta, ao lado de Julia Rezende. Gustavo Bragança é o roteirista-chefe e Álvaro Campos, Álvaro Mamute, Gustavo Bragança, Rafael Spínola e Thais Falcão assinam os textos. Assista ao trailer:
"Senna" foi gestado ao longo de mais de uma década pela produtora Gullane e filmado durante seis meses no Brasil, Argentina, Uruguai, Irlanda do Norte e Mônaco. Envolveu uma equipe de mais de 3 mil pessoas, de nove países, e um elenco total de 231 atores e atrizes de nove países, representando 18 nacionalidades, além de mais de 14 mil figurantes. A primeira leitura geral que o elenco realizou aconteceu por vídeo, com os atores espalhados pelo mundo. Além de Leone, estão no elenco Marco Ricca (Miltão, pai de Senna), Camila Márdila (Viviane, irmã de Senna), Susana Ribeiro (Zaza, mãe de Senna), Gabriel Louchard (Galvão Bueno), Pâmela Tomé (Xuxa) e Julia Foti (Adriane Galisteu), entre outros. No elenco internacional, estão nomes como Matt Mella (Alain Prost, piloto e grande rival de Senna nas pistas), Patrick Kennedy (Ron Dennis, chefe da McLaren), Arnaud Viard (Jean-Marie Balestre, dirigente da FIA e FISA) e Keisuke Hoashi (Osamu Goto, engenheiro e ex-diretor da Honda).
"Essa parte do projeto em especial foi bem desafiadora. Eu já tinha filmado fora do Brasil algumas vezes, nos meus filmes, mas majoritariamente com equipes brasileiras que saiam daqui para outro país. Essa experiência de encontrar equipes novas, de outras nacionalidades, foi muito rica. Acho que o cinema, o audiovisual como um todo, tem uma coisa que é: a gente se reconhece. Você chega em qualquer país, vê uma câmera, um boom, e entende que está num set de filmagem e as coisas fluem", contou a diretora Julia Rezende em entrevista exclusiva para TELA VIVA. "O set era uma maluquice, com muitos idiomas falados ao mesmo tempo. Chegamos a ter atores de sete nacionalidades diferentes filmando em um mesmo dia. Falando inglês, português, espanhol, 'portunhol'. A gente ia se virando. Mas foi realmente muito rico. Cada um trouxe uma bagagem diferente que somou ao projeto", completou.
Nesse caminho, Rezende falou ainda sobre o processo de casting – feito por Emily Brockmann e Luciano Baldan – que ela definiu como longo e intenso: "O trabalho foi muito lindo, e muito próximo de mim e do Vicente. Fizemos isso a muitas mãos. A gente foi muito dedicado e cuidadoso nessa escolha. Não precisávamos só encontrar atores que tivessem semelhanças físicas com as pessoas reais, mas que também trouxessem o tom daquele personagem. E fico muito feliz e orgulhosa das nossas escolhas. Achamos realmente os atores certos para os personagens".
Como a Gullane já estava desenvolvendo a ideia de um projeto audiovisual sobre o Senna há muitos anos, eles reuniram um material de pesquisa bastante vasto. Então, quando Rezende chegou à minissérie, logo teve acesso a tudo isso – como entrevistas com dezenas de pessoas que foram importantes na vida do piloto, por exemplo. Ela também leu biografias e conversou com personagens que foram fundamentais e centrais na vida de Senna, como Viviane Senna e Bianca Senna, irmã e sobrinha, respectivamente, que estiveram próximas da equipe durante todo o projeto. "Todos nós buscamos nos aprofundar ao máximo possível – mas, ao mesmo tempo, o Vicente sempre disse que não queria emular esses personagens, não queria imitações. Fomos em busca de achar os nossos, mas tentando chegar perto daqueles. Esse misto de liberdade com tentativa de ser fiel foi um caminho muito interessante", avaliou.
Desenho de produção complexo para um projeto de ambição global
A série teve um desenho de produção complexo, com reconstituição de época e de um esporte muito específico, rico em detalhes. A gestão do projeto, liderada por Caio e Fabiano Gullane, cumpriu o desafio de realizar uma série com ambição global a partir de lideranças criativas brasileiras e colaboração de profissionais de diversos países.
Durante todo o cronograma de produção, foram duas unidades de filmagem: uma principal e outra de performance de automobilismo, a segunda unidade. Na principal, Vicente Amorim foi diretor geral e dividiu com Julia Rezende a direção de episódios. A unidade principal foi dividida em outras duas unidades na etapa Brasil (Unidade A e Unidade B), quando a produção chegou a ter quatro unidades filmando simultaneamente (junto com performance e LED). A unidade de performance (segunda unidade) teve direção de Cory Geryak, Marcelo Siqueira e Rodrigo Monte. Essa unidade foi responsável pelas corridas em velocidade, bem como plano detalhes durante toda a produção nos autódromos da Argentina e também pela unidade de virtual productionfilmada no Brasil. Foram 980 horas de material filmado, sendo mais da metade da unidade de performance. Além disso, "Senna"contou com o apoio da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que cedeu imagens de arquivo e autorizou a reconstituição das corridas, pódios, logos da F1, uniformes e a decoração de cada autódromo.
"Senna", ao longo dos seus seis episódios, equilibra as histórias profissionais e pessoais do piloto. Rezende explica: "Sempre houve um desejo de recontar a trajetória dele como piloto desde o início até o acidente. Essa sempre foi a espinha dorsal. Mas, obviamente, queríamos trazer pro público a intimidade do personagem, coisas que as pessoas nunca viram e talvez não saibam sobre ele". Nesse sentido, a diretora ressalta a importância da presença de uma mulher na direção – pensando especialmente que se trata de um universo muito masculino, com personagens que são em maioria homens. "Troquei muito com o Vicente e com os roteiristas para que trouxéssemos pra série quem é esse cara quando deita a cabeça no travesseiro, quando liga pra família de madrugada frustrado porque perdeu uma corrida, como eram suas relações amorosas… Acho que a gente foi tentando achar esse equilíbrio para mostrar a humanidade do personagem, o cara para além do piloto que todos nós de alguma maneira conhecemos".
E ainda falando nessa humanidade de Senna, Rezende destaca principalmente as relações familiares: "Tinha uma coisa tão interessante na relação familiar dele. Era uma família muito unida. O pai e a mãe foram estruturantes na vida dele, assim como a irmã. Ele foi morar na Inglaterra com 19 anos, era um menino. Então quis mostrar coisas como a mãe cozinhando feijão pra ele quando vai visitá-lo. São esses momentos do dia a dia, do cotidiano, meio banais, que falam tanto de quem a gente é. Buscamos isso no projeto, isto é, chegar nesse filigrana de intimidade".
A diretora pontua também como Senna era uma figura transparente – suas entrevistas, por exemplo, eram muito honestas, onde ele se emocionava e se expunha. "Ele não quis vestir uma máscara e ser algo que não fosse real. E na série, não quisemos retratá-lo como um herói perfeito, até porque não tem graça isso. Ninguém é perfeito, o bacana é ver as contradições das pessoas. Senna era um cara intenso e, ao mesmo tempo, de convicções muito marcadas. A ética e a moral dele eram muito firmes. Ele não titubeava. E isso nem sempre era fácil, fazia ele comprar algumas brigas. Nosso objetivo era revelar o máximo de facetas possível".
Importância de mulheres em grandes (e caros) projetos
Por fim, Rezende refletiu sobre a responsabilidade de dirigir a primeira série de ficção sobre Ayrton Senna – e que provavelmente será um marco para o audiovisual brasileiro. "O projeto tem uma dimensão que acho que nunca tivemos no Brasil. Com orçamento e condições de produção que realmente se equiparam às produções audiovisuais internacionais. Nesse sentido, foi um privilégio. Ao mesmo tempo, acho muito importante que a gente tenha tido uma mulher dirigindo esse projeto ao lado do Vicente. A gente ainda está muito pouco acostumados a ver mulheres assumindo projetos de grande orçamento. Fico feliz de ter recebido a confiança da Netflix para dividir a direção com ele. Alguns anos atrás, um projeto dessa temática provavelmente teria sido dirigido só por homens. Nós dois tivemos uma troca por diferentes perspectivas que só enriqueceu o projeto, a narrativa. Espero que isso abra portas para que mais mulheres assumam projetos grandes e caros e para que possamos ampliar nossa presença", concluiu.
Números
"Senna" foi filmada em cinco países – Brasil, Argentina, Uruguai, Irlanda do Norte e Mônaco;
Com pós-produção e VFX em quatro países – Estados Unidos, Canadá, Espanha e Brasil;
Um total de 325 diárias de filmagem entre duas unidades de filmagens, além do estúdio de LED;
Uma equipe principal de 2.206 pessoas, sendo 569 brasileiros;
Contando toda a equipe de VFX e produção, um total de 3.374 pessoas;
Elenco total de 231 atores e atrizes de nove países diferentes, representando 18 nacionalidades;
E 14.446 figurantes.
Estou muito ansiosa para a estréia da série sobre o Senna, da #Netflix. Em primeiro lugar por ser fã do Ayrton desde de 1987, quando conhecí meu marido, um fanático por F1e fã de Senna. Sua morte causou uma tristeza enorme em nós, pois sentimentos o luto como se ele fosse nosso familiar. Em segundo, foi porque eu pude participar como figurante nessa série. Depois de me aposentar em 2018, comecei a fazer trabalhos esporádicos como figurante. Em novembro de 2023, fui aprovada para gravar uma série da #Netflix e só no set descobri que era pra SENNA. Fiquei maravilhada!!! Amei participar desse projeto e dei o meu melhor, principalmente nas cenas realizadas no Sambodromo de SP, onde foram realizadas as cenas das arquibancadas dos autódromos. Eramos mais de 700 figurantes, divididos em três grupos: brasileiros, europeus e asiáticos. Foi a maior produção da qual já fiz parte! Eu não estava preocupada em aparecer, eu queria torcer de verdade, pois nunca tive a oportunidade de assistir a uma corrida no autódromo, só pela TV. Eu gravei com uma camiseta branca e um boné branco, com faixas verde e amarelo, que eu improvise em casa. Me imaginei na pista real, na época do Senna. Ri e chorei de emoção várias vezes! Eu torci de verdade! Fiquei toda suja e molhada (chuva artificial e real)! Eu fiquei embaixo na arquibancada com minha amiga, então eu tinha espaço para me locomover. Eu corria, pulava, beijava a bandeira e até sambava, quando narravam que o Senna tinha feito uma ultrapassagem e vencido a corrida. Vivi esse momento, como se fosse real!!! Talvez por isso, posteriormente me colocaram ao lado o ator Christian Malheiros, que eu já conhecia por trabalhar em Sintonia; que por sinal é um fofo, além de ser um excelente ator! Não sei se vou aparecer, pois os figurantes não sobrevivem aos cortes (risos), mas vou contar uma coisa: pra mim foi uma emoção inesquecível, me emociono, só de lembrar! Eu e meu marido estamos contando os dias para a estréia dessa série. Queremos muito assistir a essa série pra reviver as suas vitórias e conhecer mais sobre o Ayrton. Mas pra mim, terá um gosto muito especial, pois não foi só mais um trabalho: foi minha homenagem pessoal ao maior e melhor ídolo do Brasil, nosso eterno #AYRTON_SENNA.
Obrigada #Netflix ❤️