"A Fábrica" vai rodar três projetos para o cinema e uma série de terror original para a TV em 2019

O final do ano passado já foi bastante otimista para A Fábrica em termos de lançamento de projetos. "Minha Vida em Marte", protagonizado por Paulo Gustavo e Mônica Martelli e dirigido por Susana Garcia, bateu a marca de dois milhões de espectadores na última semana. "Não tem exatamente um truque para fazer comédia, mas o básico é: o público tem que rir o tempo todo. No caso desse, acho que coincidiu também que as pessoas vinham de um ano tenso, precisavam de algo nesse sentido. O timing para lançar uma comédia é muito importante e, às vezes, imprevisível.", discorre Luiz Noronha, um dos sócios da produtora, em entrevista exclusiva para este noticiário.

Projetos para o cinema estavam no cronograma da produtora desde a sua abertura, no início de 2016, mas por conta de trâmites de questões como diretos autorais, muitos deles só serão rodados agora. Entre os próximos, estão uma comédia protagonizada pela atriz Samantha Schmütz baseada em uma peça clássica de Dario Fo. "A peça foi escrita nos anos 70, na Itália, e traz consigo um contexto cultural da época. Adaptamos a história para o Brasil dos dias atuais. É uma comédia farsesca, bem movimentada e bastante pertinente no contexto do país.", explica Noronha. Na sequência, A Fábrica vai rodar a continuação do "Vai Que Cola" em coprodução com a Conspiração, por volta de março e abril. Por fim, há ainda um projeto de adaptação do livro "Era uma vez minha primeira vez", da Thalita Rebouças, e uma nova franquia protagonizada por Paulo Gustavo com filmagem prevista a partir de novembro.

Além dos trabalhos para o cinema, A Fábrica continua investindo em projetos para a TV paga, como a nova temporada do "Vai Que Cola", para o Multishow, e de "Homens São de Marte", para o GNT. Entre os destaques, estão dois projetos grandes com empresas internacionais de OTT, sobre os quais Noronha ainda não deu demais detalhes. Há ainda uma série de comédia para a Warner e um terror para o Canal Brasil – este, descrito como uma série adaptada de contos e poemas de terror de Vinicius de Moraes com o nome de "Noturnos de Vinicius".

Sobre o fato de ser um projeto diferente dos demais da produtora, em sua maioria de comédia, Noronha diz: "A maioria é comédia por acaso. No caso dessa produção, estávamos procurando materiais para adaptarmos diretamente de Vinicius – temos uma relação bacana com os curadores de sua obra – e encontramos esse conteúdo de terror. Não é nada 'secreto', tudo já foi publicado, mas pouco explorado. A maioria das pessoas o associa com histórias de amor, bossa nova, temática de praia e Rio de Janeiro.". A série será composta por seis episódios, coproduzidos pelo Canal Brasil, e independentes entre si. A maioria é baseada em poemas e um ou dois em contos. "A intenção é entregar o projeto pronto este ano, mas ainda não definimos o cronograma com o canal.", adianta Luiz.

A série d'A Fábrica surge dentro de um contexto em que o audiovisual brasileiro já se aventura mais no terror – projetos como o longa "As Boas Maneiras" ou a série "Terrores Urbanos" se revelaram bons exemplos no segmento. Mas, segundo o produtor, isso não foi proposital. "Queríamos adaptar Vinicius, o aspecto do terror apareceu de forma natural e nos pareceu uma ideia original.", esclarece. "De qualquer forma, a onda do terror é muito bem vinda e, de certa forma, se encontra com a onda da comédia. Isso porque os dois gêneros não dependem de grandes investimentos em pós-produção e efeitos especiais, por exemplo. Não é necessário criar grandes universos. Enquanto a comédia precisa de bons comediantes e boas piadas, o terror depende de um bom texto e da criação do clima de suspense. No Brasil, precisamos nos apegar a gêneros possíveis de rodar aqui, como esses.", completa.

De modo geral, Luiz avalia com otimismo o ano que está começando. "Estou confiante. Existe um contexto de recuperação econômica que deve favorecer a retomada, por exemplo, da construção de novas salas de cinema, que vinha num ritmo bom até 2015. Temos esse gargalo grave e essa perspectiva de melhora da economia nos anima.", opina. "Tivemos muito problema de bilheteria de cinema nacional, mas os blockbusters norte-americanos continuaram levando 10 milhões ao cinema. Acredito que sejam fases. Não que façam filmes menos interessantes, mas às vezes passamos por essas 'entressafras' até percebermos o cansaço de determinado gênero ou fórmula. O ciclo do cinema é longo então até essa percepção impactar em obras novas leva um tempo. Acho que, a partir de 2019, teremos uma safra de produções mais ousadas e variadas, no sentido de correr riscos mesmo.", conclui.

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