Painel debate a relevância da plataforma de TV terrestre no cenário IP

Segundo Tom Morrod, diretor sênior de eletrônica de consumo na IHS Technology, o novo cenário da comunicação permite aos broadcasters abrirem mão de parte custosa de suas estruturas para se dedicarem à produção de conteúdo. “Os broadcasters não precisam mais ser donos de torres, antenas e transmissores. Eles podem chegar ao consumidor de outras formas”, disse o consultor em painel no IBC, que acontece de 11 a 16 de setembro, em Amsterdã. Ele propõe que os broadcasters contratem essa estrutura como serviço, como acontece no Reino Unido, ou mesmo deixem de atuar nesta plataforma. “Tirar esta parte do negócio levaria a estruturas diferentes. Algumas companhias não seriam bem sucedidas, e poderiam até desparecer, outras encontrariam modelos de negócios interessantes”, diz.

Simon Fell, diretor de tecnologia e inovação da EBU, associação que reúne broadcasters europeus, rebate a ideia. “Se você tivesse uma estrutura que permite levar o seu conteúdo a 98% dos lares, por que abriria mão disso?”, questionou. Segundo Fell, a plataforma de distribuição pelo sinal de TV terrestre é a mais eficiente, quando se pensa em alcance. “Se alguém quiser lançar uma operação de TV móvel, vai ter que ocupar as redes de quatro ou mais operadoras de telefonia, obrigar a audiência a pagar, ainda que seja apenas pelo tráfego de dados, e não terá a mesma distribuição de um serviço de TV broadcast”, disse.

Flexibilidade

Segundo Lieven Vermaele, CEO e fundador SDNsquare e ex-diretor de tecnologia e inovação da EBU, o momento atual é inusitado. Segundo ele, pela primeira vez, a indústria do broadcast não está controlando a inovação. Pelo contrário, as mudanças acontecem à sua revelia. “Nós temos que ser muito mais flexíveis. Essa flexibilidade passa pela experiência do usuário, pelas plataformas e pela tecnologia”.

Tom Morrod concorda. “A flexibilidade é fundamental para reduzir o risco. E é isso que as empresas mais inovadoras estão buscando”, diz. “Vivemos um momento de experimentação. No final, temos que lembrar qual é o nosso real negócio. O negócio da Amazon (que vem investindo em conteúdos originais) é vender produtos. Eles nem precisam criar conteúdo. O negócio do Google é vender publicidade e eles também não precisam criar conteúdo”, diz.

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