Representantes do setor audiovisual publicam carta aberta destinada aos candidatos à Presidência

Representantes do setor audiovisual brasileiro publicaram carta aberta destinada aos candidatos à Presidência do país. No documento, os profissionais enfatizam o bom momento do setor.

Segundo eles, o crescimento do mercado audiovisual no país deve-se, entre outros fatores, “à política pública de audiovisual implementada a partir de 1993, com a Lei do Audiovisual, e aprimorada desde 2002 com a instalação da Ancine, a criação do Fundo Setorial do Audiovisual, a promulgação da Lei da TV Paga, a realização dos programas Brasil de Todas as Telas e Cinema Perto de Você e as parcerias empreendidas pela Ancine com estados e municípios.”

Os diretores, produtores e atores pedem que os candidatos comprometam-se com a manutenção e aperfeiçoamento da política em vigor, visando a “redução da burocracia e a liberação integral dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, que são gerados pela própria atividade”.


Confira a integra do documento:


"O audiovisual brasileiro encontra-se em um dos melhores momentos de sua história. O salto vivenciado entre 2002 e 2013 é evidente. Passamos de 29 para 129 filmes brasileiros  distribuídos anualmente. De 8% para 18,6% de participação na bilheteria. De 1,6 mil para 2,7 mil salas de cinema. De 91 milhões para 150 milhões de ingressos vendidos. De 3,55 milhões para 19,1 milhões de assinantes de TV paga. De 2 milhões para 165,5 milhões de acessos em banda larga. De 192 para 3,2 mil obras brasileiras exibidas em canais de TV paga. A taxa média anual de crescimento neste período foi três vezes maior do que a do conjunto da economia brasileira.

A participação do audiovisual no PIB chegou a 0,46%. O setor tem hoje um peso na economia do país maior do que o da indústria farmacêutica, por exemplo. E apresenta uma capacidade de geração de renda, empregos, tributos e valor agregado superior à média das atividades econômicas, com um salário per capita também superior à média nacional. Jamais se criou, produziu, exibiu e consumiu tantos produtos audiovisuais brasileiros como agora. E as perspectivas de crescimento também são evidentes. O setor se torna a cada dia maior e mais competitivo, elevando sua contribuição ao desenvolvimento do Brasil.

O mercado de cinema foi responsável, em 2012, por 110 mil empregos diretos e 120 mil indiretos, com um faturamento bruto de R$ 42,8 bilhões e uma massa salarial de R$ 4,2 bilhões, ou 2,6 vezes a do setor de turismo. É importante destacar que este excelente desempenho econômico foi acompanhado por uma inédita diversificação de gêneros, estilos, formatos e tipos de produtos e de meios de acesso, com um espaço cada vez maior para novos profissionais, de todas as regiões. O Brasil tornou-se o décimo mercado de cinema mundo. E deve crescer acima da media global em todos os segmentos do audiovisual até 2017, segundo estudo recente.

Este cenário positivo se deve ao trabalho e ao talento de milhares de profissionais de audiovisual em todo o país, nos segmentos de criação, produção, programação, distribuição, exibição, infra-estrutura, tecnologia, serviços, formação, difusão e outros. Se deve também à política pública de audiovisual implementada a partir de 1993, com a Lei do Audiovisual, e aprimorada desde 2002 com a instalação da Ancine, a criação do Fundo Setorial do Audiovisual, a promulgação da Lei da TV Paga, a realização dos programas Brasil de Todas as Telas e Cinema Perto de Você e as parcerias empreendidas pela Ancine com estados e municípios, entre outras medidas.

Os avanços da política de audiovisual são conquistas da sociedade. E foram vitais para se chegar ao momento atual. Por isso, quando o país se vê a menos de um mês da eleição presidencial, e os partidos apresentam seus programas de governo, nós, profissionais do audiovisual brasileiro, nos dirigimos aos candidatos para pedir um compromisso claro com a manutenção e o aperfeiçoamento da política em vigor; a redução da burocracia; e a liberação integral dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, que são gerados pela própria atividade. Assim, o setor continuará a crescer e poderá contribuir ainda mais para o sucesso do Brasil.


(Fontes dos dados: Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual / Ancine, "Impacto Econômico do Setor Audiovisual Brasileiro" / MPA, Sicav e Tendências, "Entertainment And Media Outlook 2013-2017" / PriceWaterhouseCoopers, "Impacto Econômico do Investimento Público em Audiovisual" / RioFilme e Filme B)

Brasil, 15 de setembro de 2014

Assinaturas

Adhemar Oliveira
Adrien Muselet
André Sturm
Andrea Barata Ribeiro
Andrucha Waddington
Arnaldo Jabor
Augusto Casé
Bianca Villar
Breno Silveira
Bruno Barreto
Bruno Mazzeo
Bruno Wainer
CacáDiegues
Caio Gullane
Cao Hamburger
Carlos Cortez
Cláudia Abreu
Clélia Bessa
Débora Ivanov
Dodo Brandão
Fabiano Gullane
Fernanda Torres
Fernando Fraiha
Fernando Meirelles
Flávio Tambellini
Geórgia Costa Araújo
Gláucia Camargos
Heitor Dhalia
Iafa Britz
Ilda Santiago
Ingrid Guimarães
Jeferson De
João Daniel Tikhomiroff
Jorge Peregrino
José Henrique Fonseca
Karen Kastanho
Leandro Hassum
Lucy Barreto
Luiz Carlos Barreto
Luiz Noronha
Luiz Severiano Ribeiro Neto
Marcelo França Mendes
Márcio Fraccaroli
Márcio Garcia
Marco Altberg
Marcos Palmeira
Marcus Baldini
Mariza Leão
Mayra Luccas
Miguel Faria Jr.
Paula Barreto
Paulo Boccato
Paulo Cursino
Paulo Morelli
Paulo Thiago
Pedro Buarque
Renata A. Magalhães
Roberto Farias
Roberto Moreira
Roberto Santucci
Rodrigo Teixeira
Rubens Rewald
Sandro Rodrigues
Sérgio Rezende
Sérgio SáLeitão
Sílvia Rabello
Tatiana Quintella
Toni Venturi
Vânia Catani
Vicente Amorim
Vilma Lustosa
Walkiria Barbosa
Wilson Feitosa"

 

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