Em pouco mais de um ano, VIX Filmes e TV alcança três milhões de usuários ao mês

Lançada em agosto de 2020 no Brasil, a plataforma de streaming gratuita VIX Filmes e TV já acumula resultados relevantes: são três milhões de usuários ao mês, 250 mil ao dia e tempo médio de conexão de 32 minutos. No país, o serviço oferece um catálogo composto por mais de 5 mil horas de conteúdo em português, incluindo filmes, séries, documentários, produções nacionais, shows de música, novelas latinas e originais, além da área especial para crianças, a VIX Kids e Family. O acesso, gratuito, é direto, ou seja, não necessita criação de conta ou login. O app está no top 10 de aplicativos de entretenimento gratuitos mais baixados no país para celulares Android.  Sua versão em espanhol, VIX Cine & TV, está entre os apps grátis de entretenimento para Android mais baixados na América Latina, e no topo do ranking para audiência hispânica nos Estados Unidos pelo dispositivo Roku.

Enor Paiano (foto), country manager da VIX Filmes e TV no Brasil, conversou com exclusividade com TELA VIVA sobre os conteúdos, o crescimento e a rentabilidade da plataforma. "A gente teve uma surpresa muito positiva em relação ao crescimento de audiência – não que a gente não acreditasse no Brasil como um mercado promissor, mas não tínhamos condições de investir em marketing e aquisição de usuários. Neste primeiro ano, sabíamos que seria mais um negócio orgânico. As pessoas foram descobrindo a plataforma, compartilhando e, no boca a boca, nossa base foi crescendo", contou. 

O serviço foi lançado nos Estados Unidos e na América Latina em outubro de 2019, quando não havia planos de trazê-lo tão cedo ao Brasil. Mas em março de 2020, com a pandemia, o consumo da plataforma nos territórios em que ela estava presente cresceu exponencialmente, então a companhia tomou a decisão de acelerar o lançamento no Brasil. "A pandemia acelerou essa adesão do consumo de streaming grátis. Afinal, as pessoas estavam em casa, precisando se entreter, e também cortando gastos. Daí essa explosão de consumo", disse o manager. 

A VIX conta com equipes em três localidades diferentes – Los Angeles, México e Brasil. Os três times atuam diretamente em contato com distribuidoras de conteúdo digital, que são as grandes parceiras da plataforma. "A partir daquilo que está disponível, vamos escolhendo o que está dentro do nosso escopo. Mas nosso escopo, na verdade, não é muito definido no sentido de tema ou fatia de público. A ideia é ter um streaming com conteúdos para todos, de todos os gêneros e formatos variados. Nossa equipe de seleção funciona em conjunto nesses três mercados e vai fazendo esse trabalho de curadoria", explicou Paiano. 

É óbvio que um serviço que entrega conteúdo de graça ao consumidor tem uma vantagem clara. Mas, para além dessa questão da gratuidade, o executivo avalia os demais pontos positivos: "À medida em que os serviços de streaming gratuito vão crescendo, temos acesso a mais opções de conteúdo. A tendência é se igualar ao streaming pago. Além disso, a experiência do usuário é muito parecida e ainda mais simples. Ele não precisa ter cartão de crédito, se logar, e não tem que pagar – isso é o mais importante". 

Outro aspecto levantado por ele está na questão da concorrência. "As plataformas pagas precisam entrar numa competição muito acirrada, pois estão competindo pelo bolso do consumidor que, como sabemos, é curto. Há muitas famílias que têm acesso à internet mas não podem pagar por uma plataforma de streaming. Ou podem pagar por uma única. Aí, essas empresas entram numa disputa. O streaming grátis não é assim – vários podem conviver juntos nesse ambiente. O gratuito permite que você vá desenvolvendo o negócio de maneira sustentável, sem depender de investimentos tão pesados em marketing para lutar nesse mercado, onde vão sobrar poucos no final", observou. 

O melhor dos dois mundos 

Nas plataformas AVOD, quem paga a conta é o anunciante. Nesse sentido, Paiano defende que o streaming grátis é o único ambiente que, de fato, entrega a promessa da mídia digital com a realidade da TV linear. Ele justifica: "A mídia digital é granular, então você pode segmentar incrivelmente a sua campanha, com dados unitários do que aconteceu com ela, como quantas vezes o anúncio foi efetivamente visto; se ele foi visto um pouco, pela metade ou inteiro; por quantas pessoas; com qual frequência; entre outros. São dados impossíveis de se obter na TV linear, que trabalha com estimativas de audiência do conteúdo – o que acontece no comercial, ninguém sabe muito bem. No digital, não. O digital tem condições de entregar uma segmentação muito mais granular e assertiva, com relatórios mais completos, além de ter o call to action, que permite ao consumidor clicar e ir até a página do anunciante". 

O country manager assume que tudo isso que ele citou é entregue pela mídia digital – mas o problema, ali, é a questão da atenção do público. "A atenção do usuário no digital é muito disputada. O display da marca às vezes está no meio de uma página, o anúncio está em meio a um feed de rede social, que a pessoa passa os olhos rapidamente… O tempo que o usuário tem para aquele anúncio é extremamente pequeno. Já na TV linear a pessoa está tranquila, sentada, assistindo a um programa de média a longa duração. Ele pode sair, claro, mas é uma atenção mais centrada. Isso só a TV consegue. Então, o streaming grátis junta o ferramental da granulosidade, transparência e performance que o digital tem, com o mood correto do usuário que a TV encontra. Por mais que a TV evolua no sentido da segmentação, ainda está muito longe do que já vem sendo feito pelo digital há mais de 20 anos". 

A atuação do anunciante na VIX 

Na plataforma, as marcas anunciantes podem veicular spots de suas campanhas, assim como é feito na TV, mas também podem se envolver em ações específicas, onde participam da experiência de navegação do usuário de alguma maneira. Por exemplo: a escola de idiomas Cultura Inglesa é uma das anunciantes na VIX. No acordo, foi estabelecida a criação de uma seção dentro da plataforma chamada "Seção Cultura Inglesa", que reúne filmes falados e também legendados em inglês, para a prática do idioma. Outra marca que tem uma seção exclusiva é a Petra, que selecionou títulos dentro do acervo da VIX que tivessem a ver com o público deles. 

Hoje, dentro da plataforma, são cinco projetos: "Manda Brasa! com Churrasqueadas", da Perdigão; "Drinks, o Melhor do The Bar", da Diageo; e "Na Brasa com Bons Drinks", co-branding entre Diageo e BRF; além das seções da Petra e da playlist da Cultura Inglesa.  

O serviço já conta com dezenas de anunciantes, de segmentos como alimentos e bebidas (Perdigão, Seara, Sadia); governo (Ministério da Saúde e Ministério da Cidadania); financeiro (Banco Original, C6 Bank, PagSeguro); e beleza (Natura, Boticário); entre outros. 

VIX Kids e Família 

Criada recentemente, a área da plataforma voltada às crianças reúne conteúdos de propriedades famosas, como "Palavra Cantada", "Os Smurfs" e "Patati Patatá", além da seção "Vintage", com "Pica-pau", "Popeye" e "Gato Félix". 

"O processo de curadoria da área Kids é mais ou menos parecido. A diferença é que, na hora de escolher conteúdos para os adultos, checamos qual ator ou atriz está no filme. Isso chama a atenção do público. No caso das crianças, precisamos levar em conta essas propriedades que elas já reconhecem. Isso facilita aquele trabalho que todo mundo tem, independe da idade, de achar conteúdo dentro do streaming. Para as crianças, nosso objetivo é continuar atrás dessas grandes marcas do segmento", disse Paiano. 

Sobre os anúncios dentro da área infantil, o executivo pontua: "Bloqueamos muita coisa. Só aceitamos campanhas que entendemos que não podem vir a gerar nenhum tipo de questionamento. É um ambiente bem controlado". 

Tendência de mercado

Por fim, Paiano reflete sobre o futuro do mercado de streaming: "Acho que a pandemia só acelerou uma tendência que veremos acontecendo rapidamente, que é o streaming como o centro do entretenimento doméstico – seja nas plataformas, seja nos serviços, como a Roku, por exemplo. Veremos todo tipo de conteúdo no streaming, inclusive transmissões esportivas, que é algo que já está acontecendo. Haverá cada vez mais torneios e eventos exclusivos do streaming. E isso não é a longo prazo, não, e sim no próximo ano". 

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