O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual (SAV), abriu, no mês de agosto, as inscrições para o edital de licenciamento de 405 obras audiovisuais. Com um investimento de R$ 3,8 milhões, o objetivo é fortalecer a presença de produções brasileiras na nova Plataforma Pública de Acesso e Difusão de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros Sob Demanda. Com mais de 1.500 candidaturas recebidas, as inscrições para o edital foram encerradas na última segunda-feira, 14 de outubro. O projeto surge em um momento crucial para o consumo de conteúdo audiovisual no Brasil, que desponta como um dos maiores mercados de streaming do mundo.
Segundo dados da Ancine de 2023, conteúdos ofertados nas principais plataformas de origem estrangeira dominam o mercado, com 86%, enquanto o audiovisual brasileiro representa apenas 14% desse espaço – o que reflete uma demanda reprimida por maior representatividade da cultura local. No entanto, ainda de acordo com a Agência, plataformas brasileiras de serviços de telecomunicações como Vivo Play e Claro TV+ se destacam por sua alta taxa de conteúdo brasileiro, com 1,8 mil e 1,6 mil títulos, respectivamente. No quesito audiência, a Globoplay lidera com folga. Em contrapartida, o Disney+ com um catálogo de quase 1,5 mil obras, tem apenas nove obras brasileiras. Os números foram conferidos no ano passado.
Nesse contexto, o edital do MinC visa ampliar o acesso às produções brasileiras e atender a um público cada vez mais conectado com o streaming. "A presença de conteúdos nacionais nas plataformas é essencial para garantir que a diversidade cultural do Brasil seja refletida e acessível. O edital é uma resposta a essa necessidade de fortalecer nossa identidade audiovisual no universo do streaming", comenta Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual.
"A produção nacional ainda precisa superar desafios, como a ampliação da oferta de gêneros que atendam às preferências do público e a concorrência com produções estrangeiras. O lançamento da Plataforma Pública de Streaming do MinC representa um passo importante para equilibrar essa balança, oferecendo ao público brasileiro mais opções de conteúdo local e promovendo a diversidade cultural do país", diz o Ministério da Cultura em comunicado oficial.