Sweethearted Pirates investe em conteúdos de aventura e projetos autorais

O cineasta Pedro McCardell (Foto: Divulgação)

A produtora Sweethearted Pirates, que atua em São Paulo desde 2014 e mais recentemente inaugurou uma sede em Londres, trabalha com trilhas sonoras, edição, direção e produção de conteúdos diversos, como documentários, campanhas de marketing e projetos institucionais.

Um dos destaques é o documentário "The Big Tree", uma jornada pessoal em que Pedro McCardell explorará suas raízes familiares, navegando desde Florianópolis/SC até a região de onde vieram seus ancestrais na Irlanda em um barco de madeira de mais de 100 anos, adaptado para a expedição. "A ideia para 'The Big Tree' nasceu de uma vocação pessoal por explorar lugares remotos e contar histórias inspiradoras. A jornada em um barco de madeira representa um retorno às origens das explorações marítimas e uma oportunidade única de conectar-me com a história da minha família", conta o cineasta. "O filme é uma celebração da vida ao ar livre e uma continuidade dos nossos trabalhos envolvendo aventuras e explorações", completa.

Ele salienta que a pré-produção de um projeto como esse exige bastante pesquisa, tanto dos aspectos científicos quanto históricos dessas regiões. "Mas o mais importante é planejar uma viagem segura e estar preparado para os problemas que podem surgir. Já fiz algumas travessias longas de moto e venho me preparando para isso há muitos anos. Sei que não é a mesma coisa, mas essa bagagem me dá uma base sólida", acredita.

O filme está em fase avançada de pré-produção. Segundo o diretor, o plano é estrear em "festivais estratégicos", que tenham tanto impacto cultural quanto potencial de distribuição global. As janelas de exibição ainda estão sendo negociadas, mas a ideia é um lançamento híbrido: com exibição nos cinemas e em plataformas digitais que conversem com o público certo. O financiamento é da própria Sweethearted Pirates, que também está atrás de parceiros que acreditem na proposta da obra. "Sempre buscamos formatos híbridos de financiamento, para manter a independência criativa sem abrir mão de alcance e qualidade", diz McCardell.

O barco do projeto "The Big Tree" (Foto: Divulgação)

História  

O projeto "The Big Tree" dialoga diretamente com a proposta que a produtora traz desde a sua fundação, há mais de dez anos. McCardell relembra: A Sweethearted Pirates nasceu durante uma viagem de moto que fiz sozinho até o extremo sul da Patagônia. Comecei a registrar algumas histórias com o celular, até que, em um momento da viagem, vi um animal preso em um arame no meio do deserto e parei para tentar ajudar. Esse curta-metragem virou o "Guanaco" e ganhou vários prêmios internacionais, inclusive o Impact Awards, em Los Angeles. O objetivo sempre foi produzir filmes que desafiam o convencional – misturando aventura e arte, talvez".

O diretor já morou em diferentes lugares – como Londres, na Inglaterra,, Dolomitas, na Itália, e Califórnia, nos Estados Unidos – e, com o tempo, percebeu que os documentários, mesmo os de aventura, poderiam ir muito além do entretenimento, provocando discussões, mudando percepções e gerando impactos reais. "Isso nos levou a ampliar o escopo dos projetos, explorando temas sociais, científicos e filosóficos de forma cinematográfica", explica.

A presença internacional veio de forma natural. O cineasta considera Londres um epicentro criativo e, por ter vivido quase uma década lá, conseguiu expandir parcerias e levar seus filmes para um público e clientes globais. "Ao mesmo tempo, mantemos nossa essência meio nômade, produzindo em diferentes partes do mundo, sempre com uma abordagem autoral e fora dos padrões tradicionais", destaca.

Modelo de negócio híbrido e projetos autorais

A produtora opera em um modelo de negócio híbrido, que combina produção independente, parcerias com marcas e instituições e projetos viabilizados por leis de incentivo. "Nosso foco está em contar histórias com profundidade, impacto emocional e propósito. Mesmo em formatos diferentes, todos os nossos projetos têm uma alma viva por trás", analisa o diretor. Como exemplo, ele cita "Beco, o coração que batia dentro do Ayrton", um filme que explora o lado íntimo do Ayrton Senna a partir do olhar da família. A empresa também está há dois anos produzindo um documentário sobre o Instituto Ayrton Senna, que completa 30 anos e já transformou a vida de milhões de crianças no Brasil. São projetos que nascem de relações verdadeiras e têm um olhar humano – acho que isso é o que todos os nossos trabalhos têm em comum".Os projetos são bastante autorais e trazem, em sua maioria, uma visão particular – essa é outra de suas premissas. "Cada filme carrega um pouco de quem somos aqui na produtora e da forma como vemos o mundo. Definitivamente não são narrativas genéricas. Como estou à frente de muita coisa, pode parecer que tudo tem a minha cara, e às vezes tem mesmo, mas tem muita gente trabalhando para que esses projetos aconteçam. Talvez eu apareça com uma ideia mais maluca de vez em quando, mas estamos sempre abertos".

Por fim, McCardell aposta que 2025 será um ano de consolidação e expansão para a produtora. "Queremos posicionar a Sweethearted Pirates como uma referência em conteúdo autoral e inovador, levando nossos filmes para festivais globais e ampliando nossa presença em mercados estratégicos. O foco é continuar produzindo com liberdade e entregando histórias que realmente sejam autênticas", conclui.

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