TIM lança caixa com TV paga, TV aberta, Netflix e YouTube

A TIM lançou nesta terça, 16, a sua central de entretenimento Live TIM Blue Box (que já havia sido lançada, com apenas parte dos serviços, há cerca de um ano). A caixa é oferecida aos assinantes da banda larga fixa Live TIM (Rio de Janeiro e São Paulo) por uma assinatura adicional de R$ 9,90, e para não-assinantes – neste caso, somente para compra -, por R$ 599,00. Com isso, a operadora agrega à sua rede serviços de vídeo, sempre através de parcerias. A caixa conta com receptor de TV digital terrestre e aplicativos do YouTube, aplicativo do Netflix e da Self TV, serviço de TV por assinatura linear da TV Alphaville. Os aplicativos que precisam de assinatura estão disponíveis apenas à base da própria TIM. Para ter o serviço da Netflix ou da Self TV é preciso fazer uma assinatura adicional, junto a esses provedores.

"Muitas operadoras lançaram serviços de TV paga para complementar o seu pacote. Nós reconhecemos que em algumas áreas o ideal é trazer quem entende deste assunto. Entendemos que era melhor fazer parcerias com especialistas do que passar a negociar conteúdos", disse Rogério Takayanagi, CMO da Tim, no lançamento da caixa. Segundo o executivo, o lançamento foi um "primeiro passo que vai abrir oportunidade de desenvolver novos modelos de negócios, inclusive com outros parceiros". Para a operadora, fomentar o consumo de vídeos online é estratégico para desenvolver o negócio de dados. "Quanto mais as pessoas consumirem vídeo e TV, mais vão demandar uma Internet de qualidade", disse Takayanagi.

Omarson Costa, do Netflix; Cristina Budeu, da Self TV; Rogério Takanayagi e Flavio Lang, da Tim; e Diego Higgins, do Youtube: parceiros no Live Tim Blue Box.
Omarson Costa, do Netflix; Cristina Budeu, da Self TV; Rogério Takanayagi e Flavio Lang, da Tim; e Diego Higgins, do Youtube: parceiros no Live Tim Blue Box.

A operadora teve, há muitos anos, uma parceria com a Sky para a venda conjunta dos serviços de TV DTH e banda larga. "Vimos que o dia a dia da operação era complicado demais. Na prática, ficou difícil de operacionalizar", afirma o executivo.

A parceria com a Netflix tem um elemento novo, que é o modelo de co-billing que pela primeira vez a Netflix praticará no Brasil. Em vez do uso do cartão de crédito, a conta do serviço de vídeo poderá vir na conta do assinante Live TIM.

Conteúdo

Com aproximadamente 2 milhões de homes passed em São Paulo e no Rio de Janeiro, o serviço de banda larga ainda conta com uma base modesta, de 150 mil assinantes. E, claramente, há uma lacuna a ser preenchida em boa parte da base com o serviço de vídeo. Segundo Flávio Lang, executivo responsável pelas operações residenciais da TIM, quase metade da base da operadora (46%) não conta com serviços de TV paga. Com o novo produto, a operadora começa a preencher esta lacuna.

Segundo Lang, 49% do tráfego no Live Tim é de streaming de vídeos. "Os novos assinantes, no começo, usam muito a rede para fazer peer-to-peer. Dois meses depois, há uma mudança de comportamento, migrando para o streaming de vídeo. O usuário acaba substituindo a pirataria por serviços legítimos", diz.

No caso dos serviços pagos – Netflix e Self TV – a caixa é apenas um facilitador. A assinatura é feita diretamente com o parceiro.

Lang admite que falta na oferta um serviço de video on-demand transacional, mas diz que já está negociando com um parceiro. "Acho que já temos o que é mais crítico, mas ainda vamos buscar outros parceiros e serviços", disse.

A ideia é atender também uma base que não pode arcar com os combos da maioria das operadoras. "Nossa estratégia atende aos novos hábitos de uso, muito mais compatível com a sócio-geografia brasileira. A renda familiar média está abaixo de R$ 1 mil. Quem está disposto a colocar mais de 25% de sua renda em um pacote de telecomunicação e televisão?", disse Takayanagi. "Estamos penetrando mais na base da pirâmide, justamente por não estar forçando o combo", complementou Lang. Segundo o executivo, é difícil entrar no mercado de TV por assinatura. "Não dá para ganhar dinheiro com TV em modo de ataque. Ou é de forma defensiva, para preservar sua base em outros serviços, ou você já tem escala muito grande", disse.

Tecnologia

As caixas são baseadas em sistema operacional Linux, com software da Minerva, e baixa demanda de processamento. Conta com entrada para antena (para a TV digital terrestre), uma porta Ethernet e conectividade Wifi. As saídas são HDMI, S-vídeo e áudio digital óptico.

A caixa também pode ser usada para reproduzir na TV o conteúdo do YouTube de um tablet ou celular.

O guia de programação integrado engloba todo o conteúdo linear – da TV aberta e por assinatura. Há ainda uma ferramenta de recomendação, que inclui as plataformas online YouTube e Netflix. Uma evolução da ferramenta permitirá, em breve, recomendações personalizadas por usuário.

Por ter sido desenhada para ter um custo menor, a caixa não é rápida, sendo que o "zapping" consome cerca de 4 segundos entre os canais. Os aplicativos de TV paga e Netflix demoram um pouco para carregar.

As caixas podem ser compradas online pelos assinantes do serviço da TIM. Para não assinantes, podem ser compradas em algumas lojas da operadora.

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