Os dois papéis do segmento de TV por assinatura negociados na Bolsa de Nova York sofreram de forma diferente o impacto da queda do Ibovespa. A TV Filme ficou mais firme na cotação de US$ 10,13 por ADR (10 ações), enquanto que Multicanal caiu do patamar de US$ 13,00 para US$ 11,88. Nos dois casos, vale ressaltar, o volume de negócios foi baixíssimo, indicando que os proprietários das ações não estão desesperados para vender. Preferem guardar o papel em carteira, acreditando em uma valorização futura. Algumas empresas do segmento de TV por assinatura passaram a procurar consultoria externa de economistas em busca de análises de conjuntura que forneçam cenários para o nível de consumo nos próximos meses. Um desses consultores conta que uma das maiores preocupações de seu cliente é saber se a lenta evolução da venda de assinaturas é parte de um movimento geral de esfriamento da demanda ou se trata-se de fenômeno estritamente ligado ao setor. Esse mesmo consultor responde que a demanda geral está crescendo mais lentamente, mas nem por isso pode-se caracterizar uma retração da atividade econômica. O que ocorre é que houve um superdimensionamento do crescimento e, agora, o comércio está diminuindo o nível de estoques e isso se reflete também no mercado de TV por assinatura, segundo o consultor. No caso da indústria de aparelhos de TV, por exemplo, projetou-se a produção de 9,6 milhões de unidades, mas serão produzidos 8 milhões. O que, de qualquer forma, significa um crescimento em relação ao que se produzia há três anos, quando a demanda disparou.