Discutir e abordar a utopia brasileira dialogando diretamente com a obra de Oswald de Andrade é o ponto de partida de "Utopia Brasil", novo documentário de Newton Cannito com codireção de Leonardo Brant.
O filme acompanha a criação do Movimento Utopia Brasil e mostra como a cultura brasileira pode contribuir no surgimento de uma nova utopia planetária. Pensadores como Leandro Karnal, Luis Felipe Pondé, Mangabeira Unger, Patricia de Luna e Renato Meirelles discutem como a Ética Tropical do povo brasileiro pode ajudar a transmutar o fundamentalismo e o fascismo.
O lançamento ocorre com uma série de sessões seguidas de debates, colocando um pouco de utopia e humor no ambiente eleitoral. Entre os convidados estão artistas, pensadores e lideranças políticas. No dia 17 de agosto, quarta-feira, às 19h30, o debate contará com a participações dos políticos Aldo Rebelo e Antonio Neto e da escritora e jornalista Madeleine Lacsko. Já no dia 24 de agosto, quarta-feira, às 19h30, o economista e filósofo Joel Pinheiro da Fonseca, o músico Claudinho de Oliveira e a gestora cultural Minom Pinho são os convidados. O jornalista cultural Sergio Rizzo, a Drag Queen Alexia Twister e o codiretor do filme Leonardo Brant fecham o ciclo no dia 30 de agosto, terça-feira, às 19h30. Todas acontecem no Cine Belas Artes, em São Paulo.
Os ingressos para as sessões seguidas de debates de "Utopia Brasil"serão a doação de um quilo de alimento não perecível. Em parceria com o restaurante Deus é Sabor, que já faz doação de refeições, os alimentos arrecadados serão preparados para serem distribuídos.
Além das sessões presenciais, "Utopia Brasil" chega ao streaming a partir do dia 18 de agosto, quinta-feira, nas plataformas Vivo e Now.
Performance
Em paralelo ao filme acontece a performance "Adote um Fascista" com ativação nos dias de exibição do documentário. A ação dá início a campanha homônima, que reúne artistas, atores, escritores, humoristas e simpatizantes na realização de performances e interações lúdicas, com o objetivo de refletir sobre a atual polarização vivenciada no campo da política e das ideologias no Brasil.
Nas performances realizadas, os artistas interpretam fascistas contemporâneos, oferecendo-os para adoção do público. A ideia é promover o convívio pacífico entre as pessoas a partir do humor. "A campanha tem um princípio claro: combater o fascismo. Não o fascista! Ao adotar um fascista, você evita de se tornar um", explica Newton Cannito.
"Adote um Fascista" é uma ação reflexiva sobre como se manifesta o fascismo na atualidade. "Hoje vemos posturas totalitárias tanto da direita quanto da esquerda e isso tem resultado em uma crescente intolerância e falta de diálogo entre as pessoas", acredita o cineasta.