Uma nova análise independente da consultoria internacional das indústrias criativas, Olsberg•SPI ("SPI") examina a posição atual e o potencial do setor de produção audiovisual do Brasil. O Estudo de Impacto Econômico para um Novo Incentivo Federal à Produção Audiovisual no Brasil demonstra como um incentivo federal poderia apoiar uma atividade significativa de produção no setor do país e gerar benefícios econômicos e estratégicos notáveis.
A análise abrange o período de 2024 a 2030 e considera o potencial impacto econômico de um incentivo audiovisual federal automático em quatro cenários diferentes:
- – Cenário 1: nenhum incentivo federal é introduzido;
- – Cenário 2: é introduzido um incentivo federal de baixa capitalização, com um orçamento anual de US$25 milhões;
- – Cenário 3: é introduzido um incentivo federal de maior capitalização, com um orçamento anual de US$100 milhões;
- – Cenário 4: incentivo federal ilimitado é introduzido, sem orçamento anual.
Se um incentivo federal for introduzido em 2024 com um teto orçamentário anual de US$ 25 milhões ou US$ 100 milhões, a SPI estima que, em 2030, o setor de produção audiovisual poderá gerar até US$0,73 bilhão (R$3,65 bilhões) e US$1,03 bilhão (R$5,15 bilhões) em gastos diretos com produção, respectivamente. Essa atividade poderá criar diretamente aproximadamente 11.000 e 15.500 empregos em 2030, respectivamente. Em comparação, o impacto direto que o setor poderia gerar sem um incentivo federal deverá ser mais modesto, com US$0,63 bilhão (R$3,15 bilhões) em gastos diretos totais em 2030 e 9.500 empregos. O impacto do Valor Agregado Bruto (VAB) associado também é calculado para cada cenário.
O estudo também considera impactos estratégicos mais amplos que um novo incentivo federal poderia proporcionar, como impulsionar o turismo internacional e doméstico e investimentos em infraestrutura e cadeia de suprimentos de produção.
Outras descobertas do estudo
Embora o Brasil seja um mercado significativo no setor global de produção audiovisual, a falta de um incentivo federal à produção – que é utilizado em mais de 100 jurisdições em todo o mundo – coloca o país em risco de perder sua competitividade global.
Desenvolvimentos setoriais positivos nos últimos anos trouxeram otimismo e investimento no setor audiovisual brasileiro. Tais desenvolvimentos incluem iniciativas de financiamento público (como a Lei Paulo Gustavo); investimentos de estúdios privados e públicos de alto perfil planejados (como o investimento privado da Banijay em A Fábrica em São Paulo e o investimento da Quanta no Polo de Cinema e Vídeo no Rio de Janeiro) e os incentivos municipais em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Apesar desses exemplos, o Brasil enfrenta desafios significativos, incluindo orçamentos municipais limitados de incentivos – excluindo algumas produções em larga escala; custos de produção mais altos em comparação com outros mercados e impacto limitado de subsídios seletivos governamentais para lidar com os problemas de capacidade da força de trabalho do setor. Um incentivo federal poderia ajudar a estimular melhorias em todo o setor audiovisual, apoiando um fluxo constante de produções e oportunidades de trabalho e investimentos com base em desenvolvimentos setoriais recentes.
Segundo o material, um desconto direto, em dinheiro, será o modelo mais eficaz para um incentivo federal, que deve ser promovido e administrado pela comissão nacional de cinema recentemente proposta, que fornecerá os recursos necessários a alcance nacional. As principais lições podem ser aprendidas com outras jurisdições com modelos eficazes de financiamento de incentivos. O estudo fornece exemplos de casos da Colômbia, Portugal, Espanha, Tailândia e Uruguai.
A análise parte de uma abordagem de metodologia mista, incluindo extensa pesquisa documental, consultas confidenciais com formuladores de políticas e empresas de produção nacionais e internacionais e modelagem econômica usando dados amplos do setor e da indústria. As descobertas e os cálculos foram testados com as principais partes interessadas da indústria e da política.
O estudo completo pode ser consultado aqui.