Primeira reunião do CSC pós-Bolsonaro mostra preocupação em destravar Fundo Setorial

O governo Bolsonaro realizou nesta quarta, 16, sua primeira reunião do Conselho Superior de Cinema (CSC), optando por manter a composição anterior, deixada pelo governo Temer. O órgão é responsável pela elaboração de políticas audiovisuais. O governo restringiu o acesso aos titulares de cada vaga e não permitiu a participação de assessores. Apenas três pessoas, que supostamente comporiam a futura composição como titulares, participaram como convidados: Paulo Cursino, Leonardo Edde e Sandro Manfredini. 

Apesar das especulações e apreensão sobre o que o governo teria a dizer, o clima foi ameno e considerado positivo. Pelo governo, participaram o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; o ministro da Cidadania, Osmar Terra; o secretário executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys; e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, além de outros representantes ministeriais. Lorenzoni iniciou a reunião pedindo para que aquele espaço deixasse para trás "preconceitos" do passado, de parte a parte, segundo relatado a este noticiário por diferentes interlocutores. Lorenzoni também pediu para se buscassem entendimentos para a promoção do mercado audiovisual, mostrando senso de urgência nas diversas questões pendentes.

A frase deixou claro aos participantes que os mandatos do Conselho Superior de Cinema serão mantidos. O ministro-chefe da Casa Civil também reconheceu que há um atraso considerável nos trabalhos do CSC, mas destacou que o governo quer recuperar o tempo perdido. O discurso do governo também foi bem recebido ao ressaltar que o Conselho Superior de Cinema deve se focar em pautas que fomentem economicamente o setor do audiovisual, promovendo a indústria e a atividade empresarial, e foco na geração de empregos. Não houve manifestações relacionadas a valores e costumes.

A primeira questão colocada em pauta foi justamente a necessidade de recomposição urgente do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual, essencial para que novos projetos possam ser liberados. O governo apresentou três listas com três nomes em cada para recompor CGFSA. Foram dadas sugestões e ficou implícito que a decisão final do ministério da Cidadania sairia nos próximos dias. De qualquer maneira, já está marcada uma próxima reunião do Conselho Superior de Cinema para o dia 12 de novembro, em que serão discutidas o Plano Plurianual e uma avaliação nos últimos anos dos resultados das principais linhas do FSA. 

Outra pauta que deve entrar na próxima reunião é a criação de uma "Política Nacional de Combate Integrado à Pirataria Audiovisual". A medida foi defendida pelos conselheiros Eduardo Levy e Marcelo Bechara e contou com forte apoio do ministro Onix Lorenzoni. Uma das ideias é que 10% da arrecadação do Fundo Setorial do Audiovisual seja utilizado para ações desta política.

"Foi uma reunião positiva porque o conselho finalmente se instalou e abordou o tema mais urgente, que era a recomposição do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual", disse Mauro Garcia, presidente executivo da Bravi. Para outro participante ouvido por este noticiário, o governo mostrou senso de urgência na primeira reunião do CSC.

 

 

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