Recepção de sinais de TV tem leve recuo no Brasil; streaming perde participação

Dados da última parte do módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) da PNAD Contínua de 2023 divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 16, trazem um dado surpreendente. Está caindo a quantidade de pessoas com recepção de sinais de TV nos domicílios, e mesmo o streaming, visto até recentemente como o grande ofensor do mercado de TV tradicional, está proporcionalmente menos relevante.

No total, dos 78,3 milhões de domicílios particulares permanentes do País, havia televisores em 73,9 milhões (94,3%), aponta o IBGE.

Esse patamar alcança 95,1% nas áreas urbanas, e a 88,5%, nas rurais. Na divisão por regiões, o Sudeste e o Sul apresentaram as maiores taxas de penetração com televisão, com 96,5% e 96%. A região Norte foi a menor, com 88,8%.

Quando o assunto é a recepção de sinal analógico ou digital de televisão aberta por meio de antena convencional, são 65 milhões de domicílios, ou 88% das casas com TV no Brasil. Esse patamar equivale a um recuo de 500 mil casas na comparação com 2022 – naquele ano, eram 65,5 milhões, cerca de 91,6%.

Essa representatividade chega a 88,9% nas áreas urbanas, e a 80,9%, nas rurais. A região Sudeste teve o maior percentual (88,9%), enquanto o Centro-Oeste, o menor (86,6%).

"Apesar da redução na recepção do sinal de TV aberta, não percebemos um aumento no uso dos serviços complementares ou concorrentes, como streaming e TV por assinatura, cujas taxas também se reduziram", afirma Leonardo Quesada, analista responsável pela pesquisa.

Entre os domicílios com televisão, 31,1 milhões possuíam acesso a serviço pago de streaming de vídeo, número semelhante a 2022. Mas houve uma leve retração proporcional, de 43,4% para 42,1%, entre 2023 e 2022. Mas nos lares com o serviço, 6,1% não dispunham de televisão aberta ou TV por assinatura – em 2022, eram apenas 4,7%. 

Ainda segundo o IBGE, em 2023 havia um número maior de domicílios com recepção de sinal por banda C (que o IBGE chama de "parabólica grande", com 9,1 milhões de terminais) em comparação aos que possuíam recepção por banda Ku (ou mini parabólica – 7,5 milhões) com sinal aberto, o que representava 12,3% e 10,2% dos domicílios com televisão, respectivamente. Mas a diferença entre os dois tipos de antena caiu de 5,5 milhões em 2022 para e 1,6 milhão em 2023, fruto da migração da banda C para a banda Ku.

O IBGE também ouviu os usuários sobre a utilização de dispositivos inteligentes. Entre os 72,5 milhões de domicílios com internet em 2023, 16% (11,6 milhões) contavam com algum device com capacidade para acessar as redes, aumento de 1,7 milhão de residências (1,7 ponto) sobre o ano anterior. São dispositivos como câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado ou mesmo geladeiras.

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