Players de marketing móvel defendem mais controle de privacidade para usuários

Nesta quinta-feira, 17, especialistas de marketing móvel discutiram os problemas de privacidade que os usuários enfrentam no setor, durante o Mobile Moments, evento organizado pela MMA (Mobile Marketing Association). “Estamos percebendo uma grande coleta de dados. Onde vamos parar com essa história?”, questiona o advogado especialista em telecomunicações e diretor do MEF-LatAm, Rafael Pellon.

Muitas vezes o consumidor não tem informações sobre quais dados seus as empresas têm acesso e como usam esses dados. “Não tem como desassociar mobile advertising da privacidade. A Vivo, por exemplo, tem uma base de 55 milhões de usuários no País que optam por receber comunicação da operadora e de outras empresas”, diz a gerente de publicidade móvel da Telefónica Digital, Andreza Santana. “No Brasil, não há tanto estresse de privacidade como em outros países, a gente gosta de postar coisas nas redes sociais, gosta de receber ‘likes’ e comentários, se sente feliz e popular”, complementa.

O CEO da AdTruth, James Lamberti, acredita que a solução encontrada para problemas com a privacidade é dar mais controle e transparência aos consumidores. Isso, consequentemente, trará mais confiança e fidelidade às marcas. “Independentemente do que vai acontecer daqui para frente no mercado, haverá mais poder de controle para o consumidor. Isso certamente é o que está acontecendo nos Estados Unidos. Se o consumidor sente que está no controle, ele se sente muito melhor. Não importa a tecnologia: certifique-se de que a transparência esteja lá”, aconselha Lamberti. A AdTruth fornece aos publicitários e anunciantes uma tecnologia que permite manter o anonimato dos usuários mesmo na coleta de dados necessárias para melhorar as campanhas de marketing. O consumidor fica "escondido" em meio a outras milhares de pessoas, de forma que a empresa consegue coletar informações gerais relevantes para estatísticas, e o cliente não tem a privacidade invadida.

Anunciantes

Do lado dos anunciantes, nem sempre usar as informações coletadas dos consumidores gera uma campanha bem-sucedida. O CEO da Melt DSP, Guilherme Mamede, citou como exemplo um caso da Target, rede de varejo norte-americana, que, baseada nos costumes das compras dos usuários, envia panfletos de promoções personalizados. A rede deixou uma família constrangida ao enviar panfletos com promoções de produtos de bebê para uma menina, sem que o pai soubesse que ela estava grávida. “Não vejo no Brasil uma preocupação do lado do anunciante e da agência de tomar cuidado com o que está expondo. Se não há esse cuidado, pode criar um desastre. É preciso fazer uma análise cuidadosa, prever situações e comprar mídias a seu favor”, afirma Mamede.

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