Canais defendem o compartilhamento de dados entre players e operadoras

Nesta quinta-feira, dia 17 de outubro, um evento organizado pela Amdocs em São Paulo promoveu o painel "Como desenvolver produtos e serviços inovadores?", com a presença de Aline Sordili, diretora de desenvolvimento multiplataforma da Record; Anwar Nassar, responsável da Vubiquity no Brasil; Claudio Queiroz, diretor de analytics do Globoplay; e Fernando Moulin, diretor de inovação da Vivo. Entre as principais tendências apontadas pela mesa foram citadas aproximação cada vez maior com o público e a necessidade de transparência na relação; parcerias entre operadoras e players; e compartilhamento de dados dos usuários entre os agentes do mercado para entregar ao consumidor o que é demandado.

"Nos posicionamos como produtores de conteúdo desde a criação do R7 e, de lá pra cá, trabalhamos produzindo conteúdos específicos para todas as nossas propriedades, como TV, site, Facebook, YouTube e Instagram", disse Aline Sordili, da Record. "A produção deve ser pensada considerando públicos diferentes e complementares. Além de trabalhar novas linguagens de conteúdo, precisamos pensar também em novas linguagens de captação. Nós estamos desenvolvendo, por exemplo, uma série totalmente filmada com drones. Acredito que o momento seja de experimentação e capacitação de profissionais, para que todos façam parte dessa mesma cultura", completa. No que diz respeito a essa mudança de mentalidade, Fernando Moulin, da Vivo, declara: "Não existiria mundo digital sem as operadoras. Quando eu cheguei na Vivo, o 'Meu Vivo' estava no começo, e fomos desenvolvendo a plataforma de acordo com as demandas do público. Hoje, são mais de dez milhões de assinantes do app. A conclusão é que não dá para se desenvolver sem mudar a cultura interna da empresa, fomentando a inovação e trabalhando de forma integrada. Uma das nossas ações nesse sentido é o Vivo Digital Labs, espaço da operadora voltado à inovação. É plantar a semente de transformação dentro das próprias companhias".

Essa mudança aconteceu especialmente na Globo, que passou a se definir como uma empresa de media tech. Claudio Queiroz, do Globoplay, explica: "Nos últimos anos, vimos empresas de tecnologia virando mídia e empresas de mídia trabalhando cada vez mais com base nas inovações tecnológicas. Por isso, mantemos nosso DNA de produção de conteúdo, mas decidimos trazer a tecnologia como um segundo DNA, reconhecendo sua importância no mercado atual a partir das mudanças de comportamento do consumidor. Passamos a investir mais em dados para customizar experiências – e fazemos isso da forma mais transparente possível para com o público".

De certa forma, foi o que também aconteceu na Record, que lançou o PlayPlus como central de conteúdo, reunindo não apenas filmes, séries e novelas mas também outras formas de entretenimento, como games e e-books. "Hoje, somos um marketplace. Temos o conteúdo da Record, mas também da ESPN, FishTV, PlayKids, Disney entre outros. É liberdade de consumo para o público. Nossa forma de monetização passa por assinaturas e publicidade. O segredo é ir atrás de distribuição: estar na Vivo, na Claro, na Nextel. Escalar essa entrega", indica Sordili.

Compartilhamento

Uma vez que operadoras e players estão fazendo parcerias, e ambos trabalham com base em dados de consumo de seus usuários, um possível compartilhamento de dados entre as partes foi assunto dominante no painel. "Como agregador de conteúdo, quero prover ao meu parceiro a maior quantidade de informações. Tem que haver compartilhamento de dados, sim, para que não seja entregue mais do mesmo. Tenho que entender meu consumidor para entregar exatamente o que ele quer", defende a executiva. Queiroz concorda: "Em um mundo de parcerias, é benéfico para os parceiros terem algum grau de compartilhamento de dados, que pode ser maior ou menor dependendo dos objetivos dessa parceria. Acredito nesse compartilhamento como uma tendência". Moulin, da Vivo, partilha da mesma opinião, e acrescenta: "Muito tem se buscado lá fora pra entender essa área do mercado, que no Brasil ainda está amadurecendo. A Vivo faz parte do Grupo Telefonica, uma empresa que sempre foi da opinião de que o cliente tem que saber quais dados ele está entregando para as grandes companhias. Prezamos pelos dados compartilhados dentro do que a Lei permite e com o objetivo único de dar ao consumidor o que ele quer. A longo prazo, acredito em mais clareza no entendimento desses dados por parte dos agentes do mercado nacional e também mais gestão por parte do consumidor em relação a eles".

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