Produtora do AfroReggae recebe investimentos e quer diversificar temas

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Com 23 anos de existência, a ONG carioca AfroReggae mantém há dez anos uma produtora, até então funcionando dentro da entidade.

Agora a produtora passou por uma rodada de investimentos e terá uma nova gestão, independente da ONG. O processo foi tocado pelos executivos Sérgio Sá Leitão (ex-BNDES e ex-secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro) e Christian de Castro (Zooks), que deram a consultoria e montaram o business plan da nova empresa. Na nova configuração, Leitão assume o cargo de CEO, e Castro de CFO (Chief Financial Officer). O diretor do Afroreggae, José Júnior, será o CCO (Chief Creative Officer), responsável pela criação dos projetos. O jornalista Luis Erlanger, ex-Globo, será o diretor de projetos.

Christian de Castro, José Júnior e Sérgio Sá Leitão, da Afroreggae
Christian de Castro, José Júnior e Sérgio Sá Leitão, da AfroReggae

Leitão continua vinculado aos projetos em andamento dos quais participou na Sentimental Filme, mas não tem mais funções executivas na produtora.

Os investimentos na nova empresa vieram de um grupo de pessoas físicas, incluindo três ex-presidentes de bancos, capitaneados pelo ex-presidente do BC Armínio Fraga. Este grupo deterá 20% do capital da empresa. outros 15% foram adquiridos pelo Funcine Investimage I, que no ano passado também fez investimentos em outras produtoras nacionais.

A ONG segue sendo a sócia majoritária da produtora, e a ideia, conta Leitão, é que a entidade seja financiada pelos resultados da empresa, que passa agora de limitada a SA de capital fechado.

Projetos

A AfroReggae produziu até aqui quatro séries de TV, com um total de 150 episódios, entre elas "Conexões urbanas", uma das mais antigas séries em cartaz na TV paga.

A nova produtora nasce com uma carteira de 13 projetos já fechados com canais de TV ou distribuidoras, sendo 11 séries de TV e dois longas-metragens. A ideia, conta Leitão, é ampliar o escopo de temas e formatos. "Até agora a produtora só fazia docu-realities, com foco em problemas sociais. Não vamos nos limitar a isso. Destes projetos, por exemplo, a metade é de ficção", diz.

Um dos projetos em andamento é "DAS – Divisão Anti Sequestro" (nome de trabalho, provisório). "Vamos mostrar como a polícia do Rio acabou com a indústria dos sequestros no estado na década de 90", conta Leitão. Será, diz, um longa, já fechado com a Downtown, e uma série com duas temporadas já negociadas com o Multishow.

A produtora também fechou um acordo com a Paris Filmes no qual a distribuidora se compromete a distribuir um mínimo de um filme da Afroreggae por ano, tendo a preferência na escolha de projetos.

Leitão chama a atenção para o fato de investidores tradicionais e não ligados ao audiovisual terem se interessado pelo mercado. "Apresentamos os números do mercado e eles mostraram grande interesse, não só pela possibilidade de contribuir com a ONG, mas também pelo potencial de retorno do capital que perceberam no setor", conta o executivo.

10 COMENTÁRIOS

  1. Maira, quem não assiste é você! O seriados brasileiros têm nível excelente! As verbas do FSA são justamente para custear esse segmento, que nunca consegue sair do lugar em função do massacre dos filmes e seriados americanos. Tem seriado americano que é um lixo! E tivemos que engulir isso décadas! Vê se acorda!

  2. Desculpe Monica, mas num tempo que estamos todos nos ferrando pra pagar contas (e o governo continua a gastança à vontade), esse tipo de investimento público poderia perfeitamente ser cortado.

    Ou melhor ainda: não seria melhor destinar esse valor para áreas que REALMENTE necessitam?????

    Vou pegar a sua frase: vê se acorda!

  3. Caros Paulo e Maira,
    acho que há uma desinformação de suas partes. Este fundo , o FSA, é um fundo que se deve entregar de volta a verba utilizada com o lucro das produções contempladas por eles. Assim, não há dinheiro jogado fora, como dizem. Há sim, o crescimento da indústria audiovisual, bem como da cultura brasileira.
    saudações audiovisuais!

  4. Para entender o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) é interessante saber de onde vem os recursos dele: da CONDECINE (Um imposto que incide sobre a veiculação, produção, licenciamento e distribuição de obras audiovisuais com fins comerciais e também sobre a remessa de valores ao exterior, relativas ao rendimento decorrente da exploração de obras estrangeiras (séries, novelas ou filmes estrangeiros).
    O produto da arrecadação da CONDECINE compõe o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), sendo revertido diretamente para o fomento do setor. O Fundo se torna sócio das produções investidas e tem retorno prioritário sobre as receitas advindas dessas propriedades. Logo, outra fonte de receita do Fundo é a própria receita das obras financiadas.

  5. Acho sensacional a fórmula perfeita de se produzir audiovisual no Brasil desbravada pelo Grupo Cultural AfroReggae, única ONG brasileira com braço social, leva o submundo e entretenimento para os quatro cantos do país. Perfeito a Paris se interessar, Discovery, National, BBC: manda bala JJ

  6. Desculpem os intelectuais buarqueanos de plantão, mas nós, cidadãos comuns, não queremos mais pagar bolsa para cineasta brasileiro. Não precisamos desse pseudo conteúdo de vocês. Q o nosso dinheiro seja usado onde precisamos: saude, educacao, metrô. Não quero saber de onde vem o dinheiro do fundo, não importa, é dinheiro sim de contribuinte.
    O bom é que com o netflix ta todo mundo saindo da tv paga e diminuindo o dinheiro de incentivo desses produtores de cinema ruim.

  7. Acorda vc, sua bobalhona. Graças ao PT, na cara q é o seu partido, cara petralha, o brasil quebrou. Aproveita bem a farra pq vai acabar. Nem teu amado chico buarque vai mais conseguir $ público. Não vejo a hora de acabar essa bolsa pseudo-cineasta de 'obra' q ninguém vê. Milhões e milhões jogados fora pra gravar produção mediana sem história e sem audiência e os hospitais cariocas sem médicos e sem remédios. Odeio a rio filmes.

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