Blackmagic Design não vê o HDR com otimismo

Dois dos grandes temas tecnológicos do NAB Show este ano são a adoção de ambientes de produção IP nas infraestruturas de grandes centros de produção, principalmente nos canais de televisão, e o HDR (high dynamic range), que proporciona imagens muito mais detalhadas e com mais profundidade de cor. Em entrevista a este noticiário, Dan May, presidente da Blackmagic Design, minimizou a importância do HDR para a indústria de produção e distribuição de conteúdo.

Segundo May, o buzz ao redor desta tecnologia é muito semelhante ao que aconteceu há alguns anos, quando todos os fabricantes demonstraram soluções para migrar as emissoras para a produção e distribuição em 3D, que acabou não sendo adotado pela indústria. "Acho que 3D, realidade aumentada e HDR são muito legais e vejo que existem aplicações realmente interessantes de uso. Mas não acho que o consumidor médio consiga ver o valor nisso para investir nessa migração. É diferente do UHD, por exemplo, que traz uma definição muito superior", disse. Mesmo assim, a fabricante lançou no evento upgrades gratuitos para alguns de seus produtos, dando suporte ao HDR. "para mim, esse barulho todo é pressão de fabricantes, sobretudo de produtos de consumo", completou.

IP

A Blackmagic Design assumiu um compromisso de lançar soluções de vídeo compatíveis com a compressão de voice over IP Tico, da intoPIX, tornando possível transmitir Ultra HD e 4k em redes IP. Na percepção de Dan May, o setor está muito preocupado ainda com as implicações da migração para o IP, sobretudo em relação ao custo. "Acho que a solução para migração IP pode ser uma caixinha que faça a conversão de um sinal de vídeo digital SDI em IP. Não precisa investir na migração de todo o parque de equipamentos", disse. Para ele, essa será a principal solução em infraestruturas menores e será adotada por alguns dos grandes grupos de mídia. "Para alguns clientes, é importante fazer um investimento pesado e receber uma estrutura pronta e instalada. Em momentos críticos, eles têm com quem gritar e podem chamar alguém para resolver", disse. "Mas os pequenos grupos de mídia e as produtoras não podem se dar a esse luxo. Eles mesmo fazem a instalação e são responsáveis por manter tudo funcionando", completou. Segundo o executivo, este perfil de empresa deve ficar no "modelo tradicional" ou adotar soluções mais simples para ter uma estrutura IP.

Mesmo em grandes grupos, aposta o executivo, o investimento nas soluções fechadas muitas vezes se resumem a jornalismo e esportes. "Para fazer novela, muitos canais não veem a necessidade de adotar essas estruturas", aposta o executivo, citando o mercado latino americano.

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