Há interesse de comprar Oi Móvel e ISPs, diz presidente da Vivo

A Vivo enxerga um cenário de consolidações no Brasil não apenas com a possibilidade da Oi Móvel ficar disponível no mercado, mas também fixo com pequenos provedores. A empresa já adota uma estratégia de expansão de cobertura da fibra por meio de modelo de franquias, mas analisa possível incorporação de ativos que julgue interessante. 

Como é de praxe em toda teleconferência de resultados financeiros de operadoras de telecomunicações, a inevitável pergunta sobre a Oi surgiu para o CEO da Vivo, Christian Gebara, nesta quarta-feira, 19. "Se tiver qualquer ativo à venda, precisamos analisar e sempre queremos ver se há necessidade. Caso o processo comece oficialmente, vamos estar lá", respondeu. "Não sei como será, ou qual tipo de ativo estará à venda, então temos que analisar muito detalhadamente." A operadora não é a única interessada na Oi: tanto a Claro quanto a TIM reiteraram na semana passada a intenção de adquirir o ativo.

Mas a oportunidade de comprar essas prestadoras de pequeno porte (PPPs) é levantada. "Tem algumas empresas que poderiam ser alvo também, estamos analisando. Não vemos nada ainda com a qualidade de rede e FTTH que precisamos", conta o executivo. Ele considera, contudo, que as próprias empresas podem se consolidar entre si. "O Brasil tem muitos pequenos players", avalia.

Franquias

Gebara diz que o modelo de franquias é uma oportunidade de chegar onde normalmente a operadora teria dificuldades de retorno sobre investimento. A companhia iniciou em janeiro contrato com ISPs em duas cidades de Goiás. Segundo ele, foram mais de 30 mil homes-passed em FTTH, o que considera "resultados muito bons". 

A operadora está em processo de lançamento de novas franquias e acredita estar com desempenho conforme previsto, com a intenção de lançar ainda mais cidades neste ano. "É um primeiro passo para a empresa lançar uma nova rede fixa em cidades pequenas", declara. 

A Vivo também destacou o acordo com a American Tower, anunciado junto com o modelo de franquias em novembro passado. As duas iniciaram um piloto em Barbacena (MG) "com sucesso comprovado em termos de integração de rede, sistemas e plataformas". Na parceria, a American Tower fica responsável pelo investimento, assumindo a construção e a operação da infraestrutura de homes passed com fibra. Já à Vivo caberá a oferta comercial através da marca Vivo Fibra e o investimento nos equipamentos alocados na casa do cliente. 

Expansão

A empresa totalizou 11 milhões de homes-passed em FTTH (com 2,3 milhões de crescimento ano passado), e pretende adicionar pelo menos mais 2 milhões de HPs neste ano. A rede de fibra até a residência está em 164 cidades, sendo que 43 foram lançadas no ano passado.

Porém, o objetivo da Vivo inclui também a modernização de redes legadas, sobretudo as obtidas com a incorporação da GVT. "Estamos fazendo overlay em algumas áreas onde temos FTTc e nas quais acreditamos que precisamos melhorar a capacidade e velocidade", afirma. A companhia tem focado na comercialização de pacotes com maior velocidade – e, por consequência, maior receita média por usuário (ARPU). "Estamos focando em ofertas de 100 e 300 Mbps, em vez das de 50 Mbps. E também não estamos dando tantos descontos nos primeiros meses, além de termos aumentado o preço [no segundo semestre do ano passado]", declara Christian Gebara.

O executivo coloca ainda que o investimento em fibra traz reflexo na móvel, proporcionando backhaul para torres com maior capacidade. A companhia diz que aumentou em 13% o Capex em fibra, enquanto no 4G, o crescimento foi de 51%. No total, os investimentos em 2019 somaram R$ 8,844 bilhões. 

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