Esporte Interativo terá 15 clubes no Campeonato Brasileiro a partir de 2019

Rivellino, André Henning e Zico apresentam o lançamento do Campeonato Brasileiro no Esporte Interativo

O Esporte Interativo (EI) anunciou nesta terça, 19, o nome de 14 dos 15 clubes com os quais fechou a transmissão em TV por assinatura do Campeonato Brasileiro por seis anos, de 2019 a 2024. São eles Bahia, Criciúma, Santa Cruz, Santos, Joinville, Atlético Paranaense, Paraná Clube, Internacional, Bahia, Fortaleza, Ceará, Ponte Preta, Paysandu e Sampaio Correia. Um décimo quinto clube fechou com o canal, mas o anúncio será feito pela própria agremiação. Há ainda conversas abertas, mas restam poucos clubes não fechados com o EI ou SporTV (Globosat). "Estamos felizes com o que conseguimos, mas estamos tentando ainda trazer mais um time, acho que com mais um seria perfeito", diz Edgar Diniz, VP sênior e diretor geral de esportes da Turner.

(Na foto acima, apresentação feita pelos ex-jogadores Rivellino e Zico, comentaristas do canal)

Diniz deu detalhes sobre como serão as transmissões e a divisão das receitas. O EI só poderá transmitir jogos entre dois clubes que estejam sob contrato do canal, desde que estejam na série A do Brasileirão nos anos do contrato. Na estimativa do executivo, pelo menos nove ou dez dos times que fecharam com o canal, em média, devem disputar a série A a cada ano (20 clubes disputam a competição ao todo).

Gustavo Diament, Mauricio Portela, Leonardo Cesar e Edgar Diniz, da Turner
Gustavo Diament, Mauricio Portela, Leonardo Cesar e Edgar Diniz, da Turner

Jogos entre times fechados com o EI e times fechados com o SporTV não serão exibidos em TV por assinatura (a não ser que os dois canais cheguem a algum tipo de acordo), mas ainda podem passar no PPV (Premiére) ou na TV aberta, cujos direitos são independentes. Assim, diz Diniz, não há risco de o torcedor ser privado ou ter menos jogos do que hoje. Ele conta ainda que os contratos prevêem a exibição de alguns jogos por ano de cada clube na praça em que ocorrem. Nos outros casos, o jogo será transmitido para todo o país menos a praça, que terá outra atração (e, novamente, o jogo pode ir para o PPV, pois são contratos diferentes).

Com isso, Diniz estima que o EI exibirá 76 jogos a cada campeonato, dependendo da classificação dos times que tem sob contrato para a Série A. O valor disponível de R$ 550 milhões anuais em direitos será distribuído entre os times que disputarem a série principal naquele ano, dividido proporcionalmente da seguinte forma: 50% divididos igualmente entre todos os que disputam o campeonato, 25% divididos segundo a performance no campeonato e 25% segundo a audiência gerada. Este ano, sete dos clubes fechados com a EI estão na série A do Brasileirão.

Vale esclarecer: não serão gastos necessariamente os R$ 550 milhões por ano. Este seria o total gasto caso todos os clubes participassem da competição (na série A). Como apenas uma parte dos clubes deve competir a cada ano, a estimativa real é de que o EI gaste com os direitos cerca de R$ 250 milhões por temporada. Assim, o EI deve investir mais de R$ 1,5 bilhão, apenas em direitos, durante seis anos. Há ainda investimentos na produção dos jogos, contratação de locutores, comentaristas, repórteres etc. O dinheiro vem de investimento direto do grupo Time Warner, proprietário da Turner, e deve ser recuperado com assinaturas e publicidade. O custo de produção gira em torno de R$ 80 mil a R$ 100 mil por jogo, o que deve resultar em cerca de R$ 7 milhões por ano.

Novas receitas

Diniz estima que o processo desencadeado pelo Esporte Interativo venha a gerar cerca de R$ 2 bilhões em receitas adicionais aos clubes pelos próximos oito anos, tanto pela oferta agressiva feita pelo canal (segundo ele, de nove vezes mais o que era pago pelos direitos de pay TV até então, que era baixo, diz), quanto pelo aumento nos valores pagos por outros canais, gerados pela concorrência. "Esse dinheiro fará diferença para os clubes, para reformas e manter suas arenas, manter seus talentos", disse Diniz. Ele diz que a iniciativa da Turner levará outras empresas a entrarem na disputa pelo mercado de direitos esportivos. "Este pode ser um produto dividido por mais grupos, e isso é saudável para os clubes e para o futebol. Esperamos que Fox, ESPN, SporTV, BandSports e quem mais quiser investir, que venha. O futebol brasileiro é muito grande", concluiu.

Presidentes de 13 clubes estiveram no evento de lançamento do Campeonato Brasileiro pelo Esporte Interativo

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Segundo um executivo da Turner, o Brasileirão tem uma importância estratégica grande para o canal, por ser um contrato de longo prazo. "Diferentemente da Liga dos Campeões, que a cada período é renovada, aqui temos a certeza de ter o evento até 2024. Isso dá relevância ao canal para a operadora e anunciantes", disse.

Além dos valores das licenças, o EI atraiu os clubes com outros benefícios, como a promessa de mencionar os patrocinadores, inclusive os nomes das arenas, e de negociar conjuntamente os horários dos jogos, realizando as partidas mais cedo para permitir mais frequência aos estádios. O canal também promete usar sua força nas redes sociais, onde tem mais de 12 milhões de seguidores, para fortalecer os times.

Diniz comentou sobre a "cláusula de retaliação", que teria sido colocada nos contratos em caso de "dificuldades" que os clubes tivessem em relação aos canais concorrentes, ou seja, caso a Globo, por exemplo, não exibisse jogos desses clubes nos outros campeonatos, dos quais têm direitos. "Tinha sim, mas ficou ultrapassado, porque a própria Globo já declarou que vai tratar na TV aberta os clubes que fecharam com a gente de forma idêntica, e o Cade também já disse que tem que ser assim", disse.

 

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