Para comemorar o Dia do Índio, o Movimento Utopia Brasil, que tem como objetivo "irradiar por meio da arte e do humor os valores positivos da alma brasileira", realiza nesta quarta-feira, dia 20 de abril, às 19h30, um evento virtual e gratuito de pré-lançamento de dois episódios da série inédita "Utopia Brasil". Os episódios integram o longa homônimo dirigido por Newton Cannito e que chega às plataformas de streaming no final de maio.
O primeiro episódio é "Curumim Pajé", que relata a influência da cultura indígena na infância do diretor. Na ocasião, Newton Cannito lança também o livro homônimo. Já "Ética da Floresta Contra o Apocalipse do Capital" mostra como a ética indígena pode ser uma alternativa à crise social e conta com entrevistas de David Kopenawa e Haru Kuntanawa. Com leitura dramática de trechos, exibição de trailer do filme e debate com lideranças indígenas, o evento será transmitido pelo YouTube no canal Movimento Utopia Brasil.
Para Newton Cannito, o Movimento Utopia Brasil sacraliza a essência brasileira, humorada e criativa, para trazer modos fora do comum de salvar o Brasil no presente. "Inspirados na essência antropófaga do modernismo brasileiro, como método de consumo e digestão do mundo externo para a criação de uma estética própria, acreditamos em um exercício semelhante para a reconstituição do Brasil. Da criatividade à diversidade o movimento acredita na reconexão com a tropicalidade original", explica.
Tanto o episódio quanto o livro "Curumim Pajé" relatam a infância do escritor e diretor. O enredo se passa na Cidade da Criança, parque em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, que tinha um setor inteiro reservado à Amazônia, com um mini teatro de Manaus, um passeio de um mini-Rio Amazonas e muitas estátuas de índios e seringueiros. Hoje, esse setor do parque está totalmente abandonado – uma ótima metáfora da real situação da Amazônia em nosso país.
O filme retrata também a performance "Remontagem da Estátua do Pajé", que consiste na reconstrução da estátua do pajé, que estava destruída e com pedaços espalhados pela Cidade da Criança. "Muitos movimentos têm destruído estátuas que eles não admiram. Nós optamos pelo caminho de reconstruir estátuas que admiramos", pontua Cannito. Segundo ele, um dos objetivos do livro e do filme é contribuir para a recuperação desse setor do parque para que as crianças da cidade possam brincar numa pequena Amazônia e desenvolvam assim consciência ecológica e admiração pela sabedoria dos povos originários.
Em "Ética da Floresta Contra o Apocalipse do Capital", o cineasta se aprofunda na cultura indígena na busca das origens de nossa nação e entrevista nativos, como David Kopenawa e Haru Kuntanawa. Além de encontrar a cura para sua ansiedade, ele descobre como a ética da floresta pode ajudar a superar o vício em consumo e a avareza capitalista.
