Mais da metade (57%) da amostra de domicílios pesquisados pelo Kantar Ibope Media já têm aparelho SmarTV, em número que mais do que dobrou nos últimos cinco anos. Este é um dos resultados do estudo InsideVideo, apresentado esta semana pelo instituto, feito sobre sua base amostral com a nova ferramenta do instituto, Focal Media, destinada à medição multiplataforma do consumo de vídeo.
Registre-se ainda que está em 5h37min o consumo médio diário do brasileiro de TV linear em 2021.
À luz destas informações, observamos senão um céu de brigadeiro por conta da condição macroeconômica, pelo menos um horizonte altamente positivo ao consumo de vídeo. Para os players com ofertas de soluções OTT (over the top), o momento é propício a apostar na maior oferta possível de opções de conteúdo, cada um na sua seara e modelo de negócios.
No caso da venda direta ao consumidor, a DirecTV Go, por exemplo, com pacote único e oferta de plano mensal e anual, aposta na expansão via e-commerce e também se aproveitando de toda a rede da empresa-irmã Sky para oferta adicional do serviço.
O fato de se apresentar como um ponto agregador de conteúdos já facilita de cara a comunicação do produto. "O que é fácil de explicar é fácil de vender, afirma Gustavo Fonseca, chefe de Marketing da empresa".
"As pessoas gostam de TV e gostam de streaming e estão num ponto em que não conseguem pagar por tudo. Fica difícil escolher e ainda causa desconforto, quando não se sabe onde estão passando as séries, não se entendem qual atração está em que lugar. Nós temos a vocação de sermos um agregador de conteúdos numa indústria que está em transformação, que busca dar a conveniência de ter os melhores conteúdos numa plataforma única", ele afirma.
Marca com raiz de registro recente na memória do consumidor brasileiro, a DirecTV Go acha mesmo que os clientes estão em busca de soluções digitais e, tal como todos os players do segmento, se beneficia, obviamente, da maior cobertura da banda larga. "É a gênese de onde tudo parte. E a empresa tem no Brasil a intenção de conversar com todos que tenham acesso à internet", diz Gustavo Fonseca, para quem o acesso à rede já não se configura em grande problema. "Em particular, o Brasil tem muita oferta de soluções de fibra na solução de ponta. Os clientes estão em todos os lugares – os acessos em 4G e 5G ajudam no consumo eventual, mas o consumo principal se dá no domicílio", diz.
O executivo não cita números, apenas lembra que a empresa já se expandiu sete vezes desde o lançamento na América Latina toda. Fala-se no mercado em 350 mil clientes, em quase 18 meses de estreia por aqui.
Além do canal de vendas na própria internet, a DirecTV Go também tem parceiros de peso conectados à plataforma, como as provedoras de rede (Algar, Ultra, Cabo Telecom/RN, TV Alphaville, Conecta, Blink, entre tantas outras); a Sky, marca do mesmo grupo; e também entre os fabricantes de equipamentos (LG, Samsung, Roku) há parceiros na integração do produto.
"Somos ótima solução para todas as ISPs", atesta Fonseca, reforçando que a empresa é agnóstica em relação à rede de internet.
Ao também dispor da força de vendas da Sky e se agregar como uma solução gratuita de TV everywhere, a DirecTV Go desfruta de facilitadores como o canal do cliente, o website, o marketing direto. A plataforma tem um catálogo completo de filmes, séries, conteúdos exclusivos, além de mais de 70 canais ao vivo e os apps extras, como Telecine, HBO, ESPN, Premiere e Combate.
Sob medida
Pela Watch Brasil, Marcello Zeni, CGO (Chief Growth Officer) dá muita ênfase à questão de conciliação entre os interesses de todas as pontas do ecossistema, com especial atenção também às solicitações dos detentores de conteúdo, e procurando fazer uma entrega ao cliente dentro do conceito tailor made.
"A depender do que o ISP quer, entregamos de acordo com a exigência, procurando trabalhar a cauda longa, como ele pode vender pacote maior com canais lineares, o combo com apps etc. Para que ele consiga fazer uma oferta que seja além da banda larga", diz o CGO, ligando a tarefa da oferta sob medida à necessidade do cliente.
Com a experiência profissional de cerca de três décadas desde o início do mercado de Pay-TV, tendo passado por empresa telco, programadora e com atuação em multiplataforma, Zeni compara a atual intensa movimentação do segmento da banda larga com as ofertas de conteúdo – "Todo dia tem uma novidade", diz –, a modelos que se assemelham ao da TV paga. Para ele, agora o que muda é o meio e a forma (tecnologia IP em vez de cabo, por exemplo), mas a entrega é a mesma, com as especificações de cada fornecedor a serem consideradas.
"Nessa adequação e olhando para o mercado, o que a gente constrói na Watch é um caminho que tem uma flexibilidade, modelos que se adequam às necessidades locais", diz Marcello Zeni.
Lançado há pouco mais de três anos em Curitiba/PR, a Watch Brasil está em todas as regiões, com a preocupação de ter equipes localizadas para dar suporte necessário à explicação do negócio. Há, por exemplo, em Manaus/AM, equipe dedicada para a região Norte. A empresa, atualmente com 60 funcionários, tem como alvos desde provedores de pequeno até os de grande porte.
Startup que atua como hub de conteúdo para os ISPs, a Watch oferece formatos híbridos, como assinaturas de séries e filmes, aluguel de lançamentos, contendo no marketplace pacotes como HBO Max, UOL Leia + Banca, além de pacote com mais de 50 canais lineares, entre emissoras da TV aberta e por assinatura.
"O importante é conseguir concentrar as melhores parcerias. Consolidar a necessidade do gerador de conteúdo, sabendo também qual a necessidade da ponta do provedor de internet, que precisa sempre entregar mais produtos a seus clientes. Para, assim, com uma plataforma robusta, segura, entregar o conteúdo e fazer as integrações necessárias para garantir que o ISP possa ter um produto diferenciado", afirma Zeni.
Por se tratar de um hub que consegue também ter integração com devices, a Watch vai lançar alguns set top boxes, dentro do contexto da empresa, em parceria com a Multilaser. A Watch Brasil acertou recentemente parceira também com a DirecTV Go.
Fabricante
Na seara dos equipamentos, a fabricante Samsung dá um passo além da concorrência. Lançou a Samsung TV Plus, serviço de streaming gratuito integrado à plataforma da Smart TV com dezenas de conteúdos atrelados.
São ofertados mais de 50 canais no Brasil, como por exemplo o mais recentemente lançado, o da Turma da Mônica, em parceira com o Sofá Digital. Há ainda outros conteúdos para o segmento infantil, como os canais Nick Clássicos, Nick Jr. Club, Toon Goggles, NetMovies Kids, entre outros.
"Sem assinatura, sem dispositivo adicional, sem necessidade de cartão de crédito; ou seja, sem nenhum compromisso", explica Aline Jabbour, Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Aquisição de Conteúdo da Samsung na América Latina. De acordo com ela, o produto se posiciona como uma oferta de TV grátis, sem compromisso, complementar e agregadora aos demais serviços que o usuário possa ter.
"A qualidade do conteúdo e a facilidade de uso são dois aspectos que acreditamos serem importantes para os consumidores; então, juntamos esses dois pontos dentro da própria TV: onde é possível comunicar ao usuário as novidades de programação de forma simples e integrada".
A diretora explica que, por ter uma interface muito intuitiva, é fácil de fazer a comunicação através dela, melhorando a experiência do usuário. "Em adição a isso, os maiores lançamentos e novidades do Samsung TV Plus estão sempre na mídia, com as divulgações da curadoria Samsung ou dos próprios canais", complementa.
A avaliação é de que metade do público-alvo do produto/serviço vem do mundo de TV por assinatura, os cord cutters. Aline Jabbour os define como consumidores que buscam soluções simples de TV ao vivo, que amplificam suas necessidades de entretenimento.
Sobre a concorrência inerente ao segmento, a diretora crava: "Naturalmente, competimos com todas as opções de entretenimento que existem. Porém, um ponto chave para nós é a integração de nosso produto nas TVs Samsung, o que garante o acesso ao produto a uma base enorme de consumidores".
A Samsung observa a crescente demanda do consumidor por uma oferta de entretenimento nos modelos AVOD e Fast. A facilidade do uso é algo que encanta a todos os consumidores e uma grande aposta da fabricante: "A aplicação está integrada de maneira nativa. O que permite que nossos usuários comecem a assistir televisão assim que ligam a TV e conectam a internet. E por ser uma função nativa, a aplicação traz aos consumidores uma experiência de TV tradicional, à qual estão acostumados.".
Outro ponto de destaque é a gratuidade. "Estamos sempre pensando em novos conteúdos para trazer, garantindo suprir a demanda de todos os gostos e perfis, programação para todas as audiências. Por isso temos um alto volume de conteúdo. Acreditamos que o entretenimento é fundamental e com diversas gerações dividindo o mesmo teto, é de extrema importância oferecer algo para todos".
Evento
No dia 23 de maio, o evento Streaming Brasil debate os rumos da distribuição online, abordando os novos modelos, as oportunidades para produtores de conteúdos, talentos e marcas, os novos players e os novos consumidores.
Realizado há cinco edições em parceria das publicações TELETIME e TELA VIVA, o evento reúne em ambiente online empresas de produção e distribuição de conteúdos por Internet, incluindo plataformas OTT, operadores de CDNs, integradores de plataformas, produtores, canais, agregadores (e as antigas MCNs), criadores de conteúdo, empresas de banda larga e TV por assinatura tradicionais, grupos de mídia, produtores audiovisuais e reguladores, empresas de telecomunicações e fabricantes de dispositivos conectados e provedores de serviços por streaming.
Para mais informações e inscrições, acesse o site: https://teletime.com.br/brasilstreaming/
Fotos: Divulgação
Na foto de abertura, "Arlequina", conteúdo do Telecine em divulgação na DirecTV Go.