LiveSports, de Palomino, abre oportunidade para conteúdos patrocinados e eventos fora do universo esportivo

No início da semana, foi lançada oficialmente a LiveSports, empresa de João Palomino, ex-VP de conteúdo e produção da ESPN, junto de Nilson Fugisawa, CTO da Lineup, uma das principais fornecedoras de equipamentos e soluções do mercado televisivo brasileiro. Criado para ligar todas as pontas entre quem tem os direitos de exibição e o consumidor, passando por todas as etapas, o negócio será responsável desde a captação, no local do evento, passando pela bilhetagem e pela segurança e chegando ao streaming, como plataforma de exibição.

Em entrevista exclusiva para TELA VIVA, Palomino revela que a decisão por apostar em um modelo de negócio tão abrangente veio da necessidade de garantir segurança e credibilidade. "É um processo que envolve várias etapas, responsabilidades e complexidade, então a gente precisava buscar excelência em todas as camadas. Vamos garantir a qualidade na captação de imagens graças a parcerias com produtoras que são muito tradicionais e conhecidas no mercado e que atendem canais como Globo, ESPN, Fox e SBT, como a D2 Produções, de São Paulo; a PW Produções, de Porto Alegre; a RRB Broadcast, de Minas Gerais; a Cromamix Produções, do Paraná; e a Câmera2 Produções, do Rio de Janeiro. São empresas com muita experiência em captações e transmissões de eventos esportivos", menciona. "Contamos ainda com a Harmonic, uma empresa com sedes na Inglaterra e nos Estados Unidos que é especializada na tecnologia para streaming; com a LSD, da Argentina, que cuida da parte estética e de bilhetagem de plaformas; e claro, com a Lineup, fornecedora de soluções e equipamentos. Para nos diferenciarmos do mercado, além da solução que pretendemos entregar, com uma qualidade de conteúdo muito grande, nós precisávamos oferecer segurança e credibilidade para as pessoas, e buscamos isso por meio dessas parcerias", acrescenta.

A carreira de Palomino conta com dez anos como repórter de política e economia da Manchete, SBT e Cultura. Fã de esportes, ele foi narrador e apresentador dos canais ESPN por 17 anos, sendo promovido a VP de conteúdo e produção futuramente, cargo que ocupou por mais oito anos. Cobriu seis Olimpíadas e cinco Copas do Mundo, narrando duas finais, em 2006 e 2010. Sua experiência fez com que, ao longo dos anos, ele pudesse identificar algumas demandas do consumidor de entretenimento de modo geral. "Há muitos anos eu vinha discutindo o streaming na ESPN com pessoas que são altamente gabaritadas e muito mais estudiosas do que eu. Nós entendemos que há uma espetacular demanda de consumo por streaming em várias frentes, como no mundo corporativo, de shows, de futebol e de outros esportes. É nesse ambiente que os médios e pequenos players encontram seu espaço. Mas o streaming precisa ter qualidade de conteúdo e de imagem e garantia na entrega para que seja vantajoso para o público assistir a aquele evento. Tem gente que se satisfaz com uma transmissão por celular. Eu particularmente diria que é uma baixa exigência das pessoas, porque elas merecem muito mais para de fato terem prazer, uma experiência bacana com o conteúdo. E é isso que nós queremos proporcionar", pontua o CEO da LiveSports.

Durante seu período na ESPN, Palomino ainda foi capaz de constatar gargalos específicos do meio esportivo – coisas que ele também pretende resolver à frente da nova empresa: "Os gargalos começam nas federações e confederações – não de futebol, mas de outros esportes que precisam de visibilidade e de outras formas de rentabilização. Elas vão encontrar na LiveSports essas possibilidades. Outra questão está também no fato de muitos clubes de futebol quererem que suas transmissões sejam para seus torcedores, isto é, uma transmissão alternativa àquela que vai para a TV. Tem essa possibilidade também. E mais importante: com eles sendo donos do conteúdo e podendo cuidar desse conteúdo conforme acharem melhor". Mas, apesar do nome, o executivo alerta que a empresa não é voltada apenas ao esporte – há braços para eventos corporativos, shows e demais atrações que possam fazer uso das soluções oferecidas.

A publicidade estará presente no negócio, podendo as transmissões feitas veicularem anúncios publicitários ou ainda uma marca ser dona daquele conteúdo, isto é, escolher utilizar a plataforma para ter uma conexão direta com o consumidor por intermédio de algo que esteja sendo exibido ali. Já os modelos de negócio vão desde a opção de uma marca subvencionar um conteúdo, que neste caso não teria custo algum para o consumidor, passando pelo consumidor pagando por utilização recorrente (um plano de assinatura, por exemplo) ou uma utilização específica (como um único jogo ou uma sequência de jogos). "O consumidor é parte importantíssima dessa história. Nós percebemos que quando o conteúdo é de qualidade e direcionado, o público está disposto a pagar por ele", aponta Palomino.

Por fim, o executivo conta que no pré-pandemia ele nem discutia a possibilidade de criação de uma empresa como a LiveSports. "Na minha visão, a mudança do hábito de consumo foi significativa. Ela ajudou na modelagem da empresa e, consequentemente, na definição do nosso propósito, missão e objetivo. A pandemia acelerou alguns processos e aguçou essa sensação de mudança", conclui.

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