Nova temporada de "Operação Fronteira Brasil" retrata desarticulação de garimpos ilegais

"Operação Fronteira Brasil" (Foto: Divulgação)

Max e Discovery estrearam na última quarta-feira, 19, a quarta temporada da produção nacional "Operação Fronteira Brasil", que retrata o combate ao crime nas fronteiras e nas estradas brasileiras feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A partir da próxima quarta-feira, 26, Max e Discovery exibirão dois episódios semanalmente, sempre às 20h30.

Como novidade para a quarta temporada, "Operação Fronteira Brasil" destacará o trabalho do Grupo de Resposta Rápida (GRR) da PRF, que atua diretamente na desarticulação de garimpos ilegais em terras indígenas e em regiões amazônicas e expõe a complexa relação entre crime, preservação ambiental e direitos das comunidades locais. Nessas operações estratégicas, os agentes da Polícia Rodoviária Federal apoiarão o Ibama, órgão público responsável por atividades de preservação e conservação do patrimônio natural brasileiro.

"Retratar esse trabalho foi um desdobramento natural para nós. A cada temporada, sempre pensamos o que podemos trazer de novo para o espectador. Qual dimensão do trabalho da PRF que ainda não conhecemos e que poderia ser interessante ao público? Então, com isso em mente, durante as discussões da quarta temporada com a PRF, eles me apresentaram o trabalho do GRR, que é o Grupo de Resposta Rápida, que pode ser definido como o Grupo de Operações Especiais da PRF, ou seja, a elite tática da instituição que é empregada nas ações de mais alto risco de combate ao crime organizado", contou Rodrigo Astiz, diretor geral da série para a Mixer Films, em entrevista exclusiva para Tela Viva. "Estive com eles em campo várias vezes e pude presenciar um entrosamento entre as duas equipes, importantíssimo para executar uma operação tão arriscada quanto as operações de combate aos garimpos", completou.

Astiz ressaltou que se trata de um trabalho realmente perigoso e arriscado. "Como é dito nos episódios, o garimpo ilegal está cada vez mais na mão do crime organizado, que eventualmente também podem entrar em confronto com agentes do Ibama e do GRR. Felizmente, em nenhuma das operações das quais eu ou a nossa equipe participou houve algum confronto", disse. No entanto, logo no primeiro episódio, acontece o que eles chamam de "ataque-surpresa" a um garimpo. Ele estava localizado a uma certa distância da área de pouso, onde o helicóptero deixou a equipe – então chegar até lá foi um grande desgaste físico, além do ambiente tenso, relatou o diretor. Nesta temporada, são oito histórias de garimpo, quatro na Terra Indígena Yanomami e quatro na Terra Indígena Sararé, com uma realidade completamente diferente.

A questão das terras indígenas é um assunto em pauta na sociedade – e especialmente esse trabalho da desarticulação dos garimpos ilegais traz à tona o debate entre o crime organizado e a preservação ambiental. A série fortalece a discussão. Para Astiz, não existe melhor maneira de mostrar para o espectador a realidade do que está acontecendo nesses garimpos ilegais. "Além de mostrarmos a ação, a linguagem que usamos nas histórias, principalmente com o uso das câmeras presas ao corpo dos operadores do GRR, que colocam a narrativa em primeira pessoa, é quase como se o espectador tivesse sentado do nosso lado. De tudo que mostramos na série, o contexto mais importante e perigoso para a sociedade brasileira é justamente essa sobreposição entre o garimpo ilegal e o crime organizado, porque são organizações que entram com muito dinheiro nas operações. Os garimpos onde gravamos tem investimentos altíssimos", destacou. "O procedimento legal do Ibama é, justamente, destruir os equipamentos para cessar a atividade garimpeira e impossibilitar a permanência dos garimpeiros na região, você imagina que essas organizações criminosas já contam com esse possível prejuízo e, se for necessário, recolocam a máquina destruída o mais rápido possível. A gente procura trazer nessa temporada essa visão e compreensão para que o espectador possa fazer a sua análise e formar opinião".

Patricio Diaz, gerente sênior de produção de conteúdos de não-ficção da Warner Bros. Discovery, acrescentou: "Mostrar o tamanho da devastação, do dano humano, ambiental e econômico que este tipo de crimes produz todos os dias é sumamente importante para o debate. O objetivo é trazer visibilidade a um assunto do qual muito se fala, mas pouco se sabe. Não tem intermediário, são os protagonistas contando essas histórias em primeira pessoa".

Rico panorama de histórias

"Operação Fronteira Brasil" já está em sua quarta temporada – e traz como desafio, assim como qualquer outra produção mais longeva, continuar se mostrando relevante e interessante para o público. Nesse sentido, Diaz acredita que a própria dinâmica da série traz novidades organicamente. Ele explica: "A cada temporada, aparecem novos tipos de ocorrências – desde animais embalsamados para rituais religiosos até novos tipos de drogas desconhecidas até para os próprios policiais, e que surpreendem a todos. Aí, especificamente na pós-produção, tentamos manter a variedade entre ocorrências a cada episódio e durante toda a temporada".

Já o diretor pontua que a pré-produção está muito pautada em entender o trabalho da PRF e planejar uma estratégia de gravação, mas observa: "Mas não tem jeito: você pode ter a melhor estratégia e a melhor abordagem para gravar, mas tem que contar com a sorte e estar sempre pronto para gravar, porque a gente não sabe quando as histórias vão acontecer". E relembra: "Nessa temporada, tivemos muita sorte, a estratégia foi muito bem-sucedida. Temos episódios com histórias fortes com um panorama muito rico do que acontece nessas regiões de fronteira. Temos histórias espetaculares, como as de garimpo com operações aéreas ou operadores de forças especiais se deslocando por trilhas no meio da Floresta Amazônica e temos até perseguições de carros. As histórias são sempre diferentes de uma temporada para outra. As estratégias mudam, a motivação das pessoas, como elas tentam ludibriar os PRFs, tudo isso está nessa temporada".

A série é uma produção da Mixer Films para a Warner Bros. Discovery. Sergio Nakasone, Adriana Cechetti e Patricio Diaz supervisionam a produção pela WBD e, pela Mixer Films, Adriana Marques assina como produtora executiva e Rodrigo Astiz como diretor geral.

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