Do 4K ao HDR, quais tecnologias precisam ser adotadas

No NAB Show deste ano, que acontece esta semana em Las Vegas, os fabricantes trazem como destaque algumas inovações tecnológicas que, apostam, chegarão brevemente até os consumidores final, como realidade virtual, 4K, UHD, HDR, frame rates elevados e até 8K. Um painel no evento mostrou que muitas destas inovações trazem desafios enormes não apenas tecnológicos, uma vez que podem interferir profundamente na forma como as pessoas consomem conteúdo e até, em alguns casos, causar problemas de saúde. Com exceção da realidade virtual, que é algo que se distancia da TV tradicional por demandar um outro tipo de dispositivo, todas as outras inovações mencionadas foram abordadas.

Para Robert Seidel, VP de tecnologia da CBS e presidente da SMPTE (Society of Motion Picture & Television Engineers), algumas inovações já estão em fase mais avançada de comercialização e, mesmo assim, não fazem muito sentido. Ele falou especificamente sobre o 4K. "Nós testamos o mesmo conteúdo exibido em três telas de 50 polegadas – uma 4K com conteúdo 4K, outra 4K exibindo o conteúdo em 2K e 'upconverted' pelo próprio equipamento e outra de 2K. O resultado é que, sentado na distância ideal de três vezes a altura da tela, foi muito difícil apontar qual era qual", afirmou. Mark Schubin, jornalista e consultor da SchubinCafe.com, concordou. "Aqui no evento, um expositor colocou telas de 8K e deixou lupas para que as pessoas pudessem constatar o detalhamento das imagens. A conclusão é que para perceber a diferença do 8K é preciso usar lupas", ironizou.

Reduzir a distância da tela, diz Seidel, não é uma opção. Segundo o presidente da SMPTE, embora isso possa aumentar a sensação de imersão no conteúdo, após 30 minutos os olhos do espectador começam a ficar irritados. "Temos que tomar muito cuidado para onde esta tecnologia está nos levando", alertou.

HDR

O High Dynamic Range, tecnologia que proporciona mais cores e mais nitidez às imagens, foi apontado no debate como a que traz mais impacto à qualidade de imagem. A princípio, essa tecnologia não deixa legado, já que o conteúdo pode ser transmitido com HDR e exibido em monitores sem a tecnologia, mas sem o benefício que ela proporciona. No entanto, aponta James DeFilippis, da TMS Consulting, essa tecnologia não traz resultados reais em telas com menos de 50 polegadas. Além disso, como parte da audiência não terá acesso a ela, os produtores e os canais acabarão fazendo um uso limitado do benefício. "Com o HDR, é possível perceber detalhes nas sombras, sobretudo em cenas escuras, que sem sem a tecnologia não seriam notados. Como você filma uma cena usando esse recurso se sabe que parte da audiência não enxergará?"

Mark Schubin também destaca que muitas destas inovações precisam andar em conjunto. O HDR por exemplo, não funciona bem em frame rates baixos, como o usado em cinema, com 24 quadros por segundo. "No final, todas essas inovações precisam vir juntas", disse.

Ainda sobre o HDR, Matthew Goldman, VP sênior de tecnologia e estratégia de TV & mídia na Ericsson, apontou que é necessário um cuidado extra com os contrastes. Como a tecnologia torna possível explorar cenas mais escuras, explicou, é preciso atentar para os cortes, sobretudo com os cortes para comerciais. "Se após uma longa cena escura, entra um comercial muito brilhante, isso pode trazer muito desconforto ao espectador", disse.

1 COMENTÁRIO

  1. Se entendi bem, é tudo muito experimental ainda, nada muito certo;
    não se sabe bem o que funciona e o que não funciona.
    As tvs 4k ainda custam uma fortuna e estragam em dois-três anos, quando não no primeiro ano (milhares de relatos na internet)!

    Em resumo, não compre TVs 4k porque não tem conteúdo, porque custam caro e porque as tecnologias ainda não estão maduras!!

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