FCC colocará ATSC 3.0 em consulta pública até o final do mês

Tom Wheeler, presidente da FCC

A petição da NAB para a adoção do padrão de TV digital ATSC 3.0 será colocada em consulta pública até o fim deste mês de abril, garantiu o presidente da FCC, órgão regulador das comunicações nos Estados Unidos, Tom Wheeler, em sua aparição durante o congresso do NAB Show, que acontece esta semana em Las Vegas. A NAB, conforme informou o presidente da associação, Gordon Smith, na abertura do evento, pede a adoção voluntária do padrão. Wheeler, no entanto, apontou alguns problemas que precisam ser enfrentados para a adoção de um novo padrão. O primeiro é em relação ao espectro extra que pode ser demandado, o que vai depender do que vai restar após o processo de limpeza da faixa após o leilão reverso para as operadoras móveis que acontece em maio. Isso não quer dizer que será necessário esperar a limpeza da faixa, mas saber qual será "a realidade" da faixa após o processo do leilão.

Outro desafio é como ficará a situação das emissoras de baixa frequência. Muitas delas ainda têm permissão para transmitir analogicamente, ocupando uma faixa maior do espectro. Segundo Wheeler, essas emissoras já declararam preocupação em relação à adoção de mais um padrão de transmissão.

Limpeza da faixa

Outro ponto abordado, ainda que superficialmente, por Wheeler, foi o processo de limpeza da faixa. O presidente da FCC está impedido de se aprofundar no assunto, uma vez que haverá um leilão no próximo mês. Segundo Wheeler, as operadoras móveis estão sempre pedindo por mais espectro. "Agora é a hora de ver se precisam mesmo", disse, uma vez que as operadoras terão que por a mão no bolso para bancar o leilão reverso que pode liberar alguns pedaços significativos do espectro.

No leilão, as emissoras de TV podem optar por abrir mão do seu espectro ou de parte dele, se juntando a outros canais na transmissão com multiprogramação. Desta forma, até três canais ocupam o espaço de apenas um no espectro e todos eles garantem o direito ao must carry nas operações de TV por assinatura. O valor pago pelas operadoras precisa ser suficiente para pagar o que os canais pedem pelo espectro e mais o custo de migração das emissoras dentro da faixa de frequência, de modo a liberar um espaço continuo do espectro. "Se o valor oferecido não for suficiente para fazer a migração, nós vamos cancelar o processo e começá-lo novamente. Quantas vezes foram necessárias. Se o tempo de liberação da faixa (39 meses após o leilão) não for suficiente, vamos tratar das especificidades e solucioná-las", disse Wheeler. O presidente da FCC adiantou que espera uma movimentação grande dos canais dentro do espectro. Os canais que deverão ser deslocados não são apenas os que cederam parte do espectro. Potencialmente, todos os canais podem ter que se mover na faixa.

O presidente da FCC não quis "chutar" qual deve ser o tamanho da arrecadação com o leilão. A expectativa é que fique entre US$ 8 bilhões e US$ 15 bilhões.

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