Realidade virtual: uma nova linguagem em gestação

Entre as aplicações para a realidade virtual, a difusão de notícias e documentários tem algum destaque, uma vez que permite inserir o espectador no ambiente e no momento que está sendo retratado. No entanto, como fazer isso ainda é uma questão a ser explorada. Segundo Niko Chauls, diretor de tecnologia aplicada na rede do USA Today, a realidade virtual (VR) passa por um momento histórico, quando uma nova linguagem está em gestação. "A realidade virtual é um novo meio e ainda temos que examinar e compreender os fundamentos deste meio. Atualmente, nossa compreensão é pequena e não apenas em relação às ferramentas para a criação em VR, mas em relação às histórias que vamos contar e como vamos contá-las", disse o executivo em painel durante o NAB Show, que acontece esta semana em Las Vegas. "Por enquanto, nós estamos apenas 'aplicando as lentes' sobre a história que queremos contar, mas precisamos aprender como contar uma história com algum apelo. Temos que criar um vocabulário para este novo meio", completou.

Bryn Mooser, cofundador da produtora Ryot, concorda que se trata de uma migração para uma nova plataforma e que as linguagens estão sendo criadas. Para ele, cada empresa que já atua na área está seguindo um caminho, mas a tendência é que, em determinado, convirjam. "Nós temos a nossa linguagem de direção na Ryot. Em algum ponto, todas as linguagens vão se combinar em uma nova linguagem", diz.

Aaron Luber, head de parceiras do Google VR, destaca que este meio traz dificuldades no forma de dirigir o conteúdo. "Você pode dizer para um cara para olhar em uma direção, mas ele pode optar por olhar para o outro lado. E o que você vai fazer?", diz. "Há técnicas para isso (dirigir o olhar do espectador), mas precisam ser aperfeiçoadas", completa.

Para Chauls, isso não muda as bases do storytelling, que sempre evoluiu de uma plataforma à outra sem perder seus principais fundamentos. Segundo ele, há hoje muita gente perguntando o que pode e o que é melhor de ser contado através da realidade virtual. Mas, em sua opinião, esta não é uma questão, e sim como as histórias serão contadas. "Quais são as histórias que são melhores de ser contadas em texto e quais ficam melhor em vídeo? Esse tipo de questão não existe", disse.

Quanto à forma de contar a história, Chauls diz que há muitas variáveis, assim como já acontece com o vídeo tradicional. "Em uma Olimpíada ou na cobertura de eleições, você tem até um ano para se preparar; em outras histórias, semanas; enquanto outras simplesmente acontecem na sua frente sem dar aviso. O equipamento que você vai usar em cada um destes casos é completamente diferente", diz.

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