120 milhões de brasileiros assistem vídeos pela internet todo mês

Para Vitor Knijnik e Nelson Botega, da Snack, o fato de uma produtora de social video estar participando de um Festival de Cinema é bastante relevante, e indica como o mercado de vídeos pela internet está crescendo e ganhando cada vez mais espaço, principalmente no Brasil. A dupla apresentou um painel sobre branded content nesta terça, 20, primeiro dia do Gramado Film Market, braço do Festival de Cinema de Gramado voltado ao mercado que, em 2019, realiza sua terceira edição.

Os dados que eles divulgaram ao público presente de fato chamam a atenção. São eles: o vídeo deve representar 82% do tráfego da internet mundial até 2022; 120 milhões de brasileiros assistem vídeos pela internet todo mês; O Brasil é o segundo maior mercado de YouTube do mundo; E existem 781 mil canais de YouTube só no Brasil, sendo 41 deles com mais de dez milhões de inscritos, 1364 com mais de um milhão e 12400 com mais de 100 mil. No país, o maior canal é o do Kondzilla, com 51 milhões de inscritos – número que representa um quarto da população brasileira.

Porém, dentro desse cenário, só 0,3% dos criadores de conteúdo brasileiros são marcas, e elas têm 12 vezes menos engajamento online do que os creators. "As marcas ainda transferem o que já faziam na TV, nos intervalos comerciais, para a internet. E não é por aí.", aponta Botega. "Para nós, a estratégia de conteúdo das marcas hoje tem que acontecer pelo vídeo. E, nesse sentido, vale reforçar que o marketing de influência morreu – isto é, escolher primeiro o influenciador digital que será o parceiro do anunciante e, depois, desenvolver a campanha. Primeiro vem 'o que a marca tem para dizer', depois 'para quem ela quer dizer' e, por fim, 'qual influenciador ela vai usar'. A escolha do influenciador é a saída do funil, e não o começo.", completa. O produtor define a atual missão da Snack como fazer com que uma marca pense e aja como um creator. "Digital agora é sobre conteúdo, e não sobre mídia. É assim que as marcas vão dialogar.", aponta. Hoje, a Snack já gerencia os canais de YouTube de marcas como Pampili, O Boticário, Magazine Luiza, TNT Brasil, Ri Happy, Malwee entre outras.

Botega reforçou ainda que todas essas escolhas são feitas com base em dados. "Não se constrói conteúdo se não for a partir de dados. É Silicon Valley, não Hollywood.", brincou. E a Snack tem uma recente experiência que exemplifica bem essa questão. Na última semana, eles lançaram em parceria com a Nickelodeon o "Nick Master Slime", reality show do canal que vai eleger "o maior slimer do Brasil". Por meio da inteligência de dados, a produtora escolheu quem seria o apresentador do programa (o cantor e ator João Guilherme), quais seriam os jurados (as youtubers Sofia Furlani, Luluca e Carol Teixeira) e quais seriam as melhores formas de promover o conteúdo. O resultado foi positivo: no primeiro fim de semana após a estreia, o canal do YouTube do projeto (reforçando aqui seu caráter crossmedia) já somava mais de dois milhões de views orgânicos.

Novidade

No fim do ano, a Snack lançará uma coprodução com a Elo Company: um documentário em longa-metragem sobre o fotógrafo de guerra brasileiro André Liohn, focando na rotina extrema de um profissional sobrevivente, ainda sem título definido. "O projeto está em fase de finalização, mas já possui um canal do YouTube no ar, já nasce com esse caráter cross. O importante, para nós, é pensar em todas as formas possíveis de distribuir esse conteúdo.", conclui Nelson.

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