Pela primeira vez, Festival de Cinema de Gramado tem mostra de Cinematic VR aberta ao público

Entre os dias 22 e 24 de agosto, quinta a sábado, o 47º Festival de Cinema de Gramado apresenta a Mostra Cinematic VR 360, que é composta por sete obras nacionais e internacionais produzidas e exibidas inteiramente em realidade virtual. Para participar, é necessário reservar um horário via e-mail (conexoesgramado@gmail.com).

Por meio de óculos VR, o público poderá assistir a conteúdos que exploram a imersão visual e sonora, escolhendo um entre os sete filmes disponíveis – são eles: "Amazônia Adentro", de Patrick Meegan; "Children Do Not Play War", de Fabiano Mixo; "HIVR", de Ranz Ranzenberger, Inês Maciel e Alberto Moura; "O imperador, a princesa e as lembranças do jardim", de Alberto Moura, Beatriz Galvão, Carla Coelho, Inês Maciel, Maurício raújo e Ranz Rasenberger; "Quando Nasce Uma Heroína", de Filipe Contijo e Henrique Siqueira; "Rio de Lama", de Tadeu Jungle; e "Seven Miracles", de Rodrigo Cerqueira e Marco Spagnoli.

Às vésperas do início da Mostra, o trio de realizadores Ranz Ranzenberger, Inês Maciel e Alberto Moura esteve à frente de um painel sobre "os desafios da produção em cinematic VR" nesta terça, 20 de agosto, primeiro dia do Gramado Film Market, braço do Festival de Cinema voltado ao mercado, e falaram do evento pioneiro. "Acreditamos que essa mostra reúne quase todas as melhores obras em VR feitas por brasileiros. Anteriormente, as pessoas associavam a produção em VR com games e experiências no estilo simulador de montanha-russa, que de certa forma marcaram o momento de criar maturidade para essa mídia. Hoje, estamos falando de verdadeiras produções cinematográficas em VR.", disse Moura.

O produtor elencou, de forma objetiva, as questões que devem ser levadas em consideração pelos realizadores antes de optar por uma produção em VR em vez de uma tradicional. Para ele, a análise deve responder: "Minha narrativa se beneficia com esses recursos?" e "O uso do VR é justificado, considerando o aumento que ele traria em termos de tempo e complexidade de produção?". "Não é recomendado fazer só pelo fetiche tecnológico.", brincou.

Para Inês, o VR é uma "máquina de empatia". "Isso porque o conteúdo consegue 'capturar' o público, deixando a impressão de que ele passou por aquela experiência em sua vida real mesmo. Com ele, as pessoas vivem situações que normalmente não viveriam, e conseguem sentir empatia diante delas.", explicou. Algumas produções que estarão na Mostra trazem de fato temáticas que giram em torno dessa questão da empatia abordada por ela – é o caso, por exemplo, de "HIVR", assinada por Inês, Ranz e Alberto, que simula um paciente recebendo um possível diagnóstico de HIV positivo, e "Rio de Lama", de Tadeu Jungle, que "leva" o espectador para conferir de perto as consequências dos rompimentos das barragens de Mariana, em Minas Gerais, em 2015.

A realizadora ainda deu outras dicas a quem pretende produzir em VR: "Nenhum tipo de ação determinante pode acontecer nos primeiros cinco segundos de filme. Os acontecimentos precisam se mostrar em um crescente, para que o público tenha tempo de se situar. Ranzenberger completou: "No VR, é o espectador que decide como aquela história vai acontecer para ele, é um tipo de produção que permite múltiplas interpretações. Durante o filme, pode-se orientar para onde ele vai olhar, o que ele vai observar, mas não definir.".

As sessões da Mostra Cinematic VR Filmes 360º duram de cinco a 15 minutos e acontecem em horários pré-agendados, entre 10h e 17h, na Sala 2 do Hotel Serra Azul, em Gramado.

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