A rolagem da dívida de curtíssimo prazo é um problema sério para a Net Serviços cuja solução está caminhando, apesar de não estar sendo feita em bloco como imaginava a operadora. No último relatório financeiro referente ao terceiro trimestre, a empresa previa que entre setembro e dezembro precisaria pagar (ou rolar) cerca de R$ 314 milhões em vencimentos de papéis e empréstimos para capital de giro. Atualmente esse montante a ser pago ou renegociado já está em R$ 200 milhões. Segundo Leonardo Pereira, em entrevista a esse boletim, as negociações mais urgentes são feitas individualmente com cada credor, cada uma com uma condição diferente. A empresa não comenta que preço está pagando para fazer essa rolagem no momento atual (com o risco país em alta e o default de seu principal acionista). Paralelamente, tenta acertar com os credores, em bloco, uma renegociação mais ampla como a que havia sido pré-acordada (e que acabou não se concretizando) no meio do ano. A Net destacou que a variação cambial tem tido uma ação perversa sobre a estrutura de capital. Pereira explica que ao final de setembro, com o câmbio a R$ 3,83, o endividamento era correspondente a R$ 1,4 bilhão e que atualmente, com o dólar na casa dos R$ 3,50, o montante cai para algo entre R$ 1,1 bilhão e R$ 1,2 bilhão.
Paralelamente, a empresa vem promovendo cortes de despesas e tenta compensar a retração de base com ajuste e aumento de receita individual por assinante. Até aqui com sucesso, já que a receita do terceiro trimestre do ano é praticamente a mesma de um ano atrás, em reais.
A Net não quis comentar com os analistas as eventuais negociações para venda ou compartilhamento de rede, mas diz que elas estão em andamento.
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