O trailer do documentário "Malvinas – O Diário de Uma Guerra", recém-lançado no Globoplay, foi exibido essa semana na Times Square, em Nova York. O documentário é a última grande história de Ricardo Pereira. Além de correspondente da Globo em Londres na década de 80 e ex-diretor do escritório da Globo em Portugal, Pereira participou como repórter da cobertura da guerra das Malvinas, que aconteceu em 1982, durou 74 dias e deixou 255 ingleses e 649 argentinos mortos.
Um ano após o fim do conflito, nas Ilhas Malvinas, ele encontrou, nos campos, perto de Goose Green, onde aconteceu uma das mais importantes batalhas, o diário de um soldado argentino. Leu alguns trechos em uma de suas reportagens, mas teve que devolvê-lo ao oficial britânico que o acompanhava. Quase 40 anos depois, já como diretor do escritório da Globo em Portugal e lutando contra um câncer grave, Pereira recebeu duas notícias no mesmo dia: a de um novo tratamento na Alemanha que poderia dar a ele mais tempo de vida e que o veterano Adrián Sachetto, dono do diário, está vivo e mora na Argentina. O jornalista decide ir ao seu encontro para convidá-lo a voltarem juntos às Ilhas Malvinas. Doente, cansado, desenganado pelos médicos, ele enfrenta uma outra guerra: a do repórter que precisa contar sua última história. Os dois embarcaram para as Malvinas acompanhados de suas famílias.
Alguns imprevistos acabaram mudando os planos das gravações. O jornalista faleceu duas semanas após voltar de viagem. Coube à filha, Sofia Pereira, produtora executiva do documentário, e a Eugenia Moreyra, a missão de dar continuidade ao projeto, que está disponível no Globoplay.
Não sabia que Ricardo Pereira havia falecido. Trabalhou comigo na TV Globo Brasília na década de 1980, antes de ir dirigir a TleMOntercarlo, uma emissora da Globo na Europa.