O longa-metragem "No Silêncio", com roteiro, direção e co-produção de Alexandre Britto, produção do Lab e da Visom Digital (de "Conselho Tutelar", exibida pela Record, e "Estranho Amor", coprodução com a Record e com o canal pago AXN), será exibido na 16ª Mostra "O Amor, a Morte e as Paixões", em Goiânia, na próxima quinta-feira, 27 de fevereiro, às 11h, no Cinex, no Centro Cultural Oscar Niemeyer. A mostra tem curadoria de Lisandro Nogueira, crítico e curador.
O filme chega a Goiânia após reconhecimentos. Na Mostra Brasileira Independente de Cinema de Rua de 2024, foi vencedor na categoria longa-metragem pelo júri popular com 89,3% dos votos e recebeu uma premiação em dinheiro, além de exibição especial no Cinemark Downtown. A obra foi uma das quatro selecionadas pelos jurados do evento para concorrer ao prêmio de melhor filme, dentre 350 inscritos.
Primeiro longa de Britto, "No Silêncio", rodado no Rio de Janeiro, é um suspense/thriller que aborda temas como assédio moral e aliciamento nos bastidores do meio de cinema e TV. O filme é uma ficção, mas dialoga com casos reais. Na trama, Glória (Jéssica Lima) é uma jovem atriz que esconde de seu pai um escândalo que envolve Eduardo Porto (Evandro Miúdo), um diretor que explora sua equipe e mantém uma relação com Cristiano Balgarten (Fernando Neves), um jovem ator que sonha em ser famoso. Assista ao trailer:
A história, que se passa ao longo de uma madrugada, foi rodada em 24 dias – um período curto para a filmagem de um longa – e teve dois meses anteriores de ensaios com os atores que, em sua maioria, vieram do teatro. As gravações aconteceram em 2018 mas, por conta da pandemia e das questões envolvendo falta de recursos e parceiros, típicas do cinema brasileiro, o longa acabou ficando pronto apenas no começo de 2023.
O filme segue o caminho de festivais até dezembro de 2026 e, no momento, dialoga com possíveis distribuidoras para o lançamento comercial.
"Em outubro do ano passado, vencemos o ano inaugural de uma mostra de cinema independente. Foi incrível, uma celebração enorme. Assistir ao filme no telão foi emocionante. Agora, em janeiro, fomos convidados pelo curador Lisandro Nogueira para a mostra de Goiânia – e isso é algo que aquece o peito. Lisandro é uma referência e possui uma vida dedicada ao cinema. Estar nesta mostra, no seu 16º ano, em um momento de celebração ao cinema, mostra o quanto a indústria cinematográfica está aquecida, com grandes filmes, grandes diretores e histórias que emocionam", afirma Britto.
Coprodutora
A Visom Digital, que assina a coprodução do longa, é especialista em histórias de ficção inspiradas em casos reais, que tocam principalmente em temas sociais e delicados. "Escolhemos a ficção porque ela traz um certo sentido de participação. Enquanto o documentário te deixa contemplando, a ficção te puxa pra dentro. A pessoa se envolve com a história e, no fim, entende a mensagem. Além disso, a ficção dá uma perenidade à história que o documentário não dá. O documentário é datado. Tem dois anos de vida útil mais ou menos – infelizmente, porque existem documentários absolutamente sensacionais. Mas o factual é assim. A ficção, não. Você assiste daqui a 20 anos e segue atual", disse o produtor Carlos de Andrade, que está à frente da Visom ao lado da esposa, Adriana Andrade, em entrevista exclusiva para Tela Viva em outubro de 2024, na ocasião da estreia de "Estranho Amor", série que trata do tema da violência doméstica contra as mulheres.