Evento debate oportunidades em mobile marketing

Segundo levantamento da TIC Domicílios 2008 (Pesquisa Sobre Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil realizada pelo CGI.br), dos 150 milhões dos celulares existentes no país, 65% estão habilitados para Internet móvel. O número é expressivo, porém a esmagadora maioria desses usuários (59%) não utiliza os serviços web, mesmo podendo. O dado foi apresentado no 8º Tela Viva Móvel por Gabriel Mendes, gerente de mobile da Abril Digital, nesta quarta-feira, 21. De acordo com o levantamento, a proporção desfavorável é mantida quando segmentada por serviços. Cerca de 60% dos aparelhos, por exemplo, estão habilitados para MMS, no entanto só 24% desses enviam imagens e fotos pelo celular. Dos 40% de handsets aptos a tocar arquivos de áudio MP3, 23% efetivamente rodam a aplicação. Mesmo no serviço SMS, um dos mais populares da telefonia móvel, com 99% da base pronta para sua utilização, apenas pouco mais da metade (55%) o utiliza. Um dos caminhos para ampliar essa utilização, diz Mendes, é a distribuição de conteúdos e serviços patrocinados.
Segundo Marcelo Castelo, diretor da F.Biz, "só ganharemos dinheiro nessa área quando houver muita gente utilizando o mobile marketing". Para isso, segundo Fiamma Zarife, diretora de SVA da Claro, é preciso oferecer conteúdos gratuitos e com alto valor percebido pelo cliente. "No Brasil, 80% da base de celulares é composta por aparelhos pré-pagos, cujos donos têm 'bolsos sensíveis'". Cesar S. Cesar, diretor da Hands, defendeu um modelo de negócios mais simples, orientado por mensalidade e não por tráfego de dados. "Cada operadora adota uma política. Isso confunde e afasta os clientes. Precisamos de um modelo estabelecido de mercado, com métricas certificadas", diz. Nas ações mais segmentadas, Fiamma Zarife apontou para a necessidade de uma maior especialização e agilidade no mobile marketing. "As vezes se leva mais de 40 dias para uma ação de segmentação, o que inviabiliza o negócio", diz. Analisando do ponto de vista do anunciante, Marcelo Castelo acredita que um dos maiores entraves ao crescimento desse setor ainda é o custo. "É fácil mostrar para o anunciante que o mobile marketing é interessante e traz valor agregado, o problema é o preço. Muitos preferem pagar R$ 0,10 por disparo no e-mail marketing do que R$ 1 no SIM Card", compara. Nesse sentido, disse Cesar, "o governo ajudaria muito se houvesse uma política tributária mais justa para os serviços de telecomunicações".

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui